Menina cristã de 14 anos foi sequestrada por três homens e obrigada a se casar com muçulmano. O caso foi registrado na república Islâmica do Paquistão. A família registrou o sumiço da garota no dia 10 de outubro de 2019, mas o caso vem ganhando repercussão desde que a família começou a mobilização que protesta contra o abuso sofrido pela jovem Huma Younus.

Criada na religião cristã, Younus foi sequestrada e levada a uma região a 600 km de Zia Colony, em Karachi. A notícia da menina foi enviada pelo grupo de sequestradores através de documentos de casamento e os papéis que alegam a conversão da menina ao islamismo.

Os pais de Younus negaram a veracidade dos documentos e afirmam que datam do dia do sequestro. E que os mesmos cometeram abuso contra a menor se configurando em crime. Nagina, mãe de Younus, afirmou que sua filha não poderia ter se convertido voluntariamente ao islamismo em tão pouco tempo. E afirmou querer que o tribunal intervenha no caso, a família tem como amparo à Comissão de Justiça e Paz.

Os pais da cristã prestaram queixa na polícia contra Abdul Jabar, homem que casou com Younus.

Os mesmos alegaram não saber se a filha ainda está viva. Haja vista que uma audiência foi marcada para o dia 11 de novembro, mas a menina não apareceu. Segundo o coordenador da Comissão Nacional de Justiça e Paz, Kashif Anthony essa é uma prática condenatória, pois obriga forçosamente a conversão e o casamento de menores.

Descumprimento da lei e ofensa à comunidade cristã

Os sentimentos religiosos foram ofendidos à medida que atos como sequestro e casamento com menor não são permitidos. O que desarmoniza as relações entre as religiões.

Isto porque não é o único caso de casamento forçado praticado no islamismo, assim como o caso de Neha Pervaiz, 15 anos, que fugiu de um sequestro e detalhou que era espancada e abusada por seu suposto marido.

No Paquistão essa é uma prática considerada normal para os mais radicais da doutrina muçulmana. A intolerância religiosa no país se contradiz ao que seu nome sugere. Paquistão significa “terra dos puros”. Contudo, há tentativas constante para se combater a intolerância religiosa contra os cristãos ou os não muçulmanos em geral.

A constituição do país informa nos artigos 20º, 21º e 22º que todos os cidadãos estão garantidos ao direito a liberdade de praticarem e professarem a fé que escolherem, mas isso não acontece na prática, o que acarreta outras violações da vida humana como abuso contra a vida do outro.

O arcebispo Joseph Arshad, da Comissão Nacional de Justiça e Paz, informou que há um aumento alarmante de casos de intolerância e extremismo que violam a Constituição do país.