A tensão gerada entre EUA e Irã coloca o Brasil numa situação delicada. Isso porque o Itamaraty tem adotado uma postura de construir uma relação capaz de evitar os conflitos na região. Contudo, a nova aliança feita entre Jair Bolsonaro e Donald Trump tende a modificar a situação, em especial, após o ataque americano em Bagdá, segundo afirma o colunista Jamil Chade, do portal UOL.
Países como a China e a Rússia têm condenado o assassinato de Qassem Soleimani pelos EUA. Os governos da Europa fizeram apelos para que a possível guerra seja evitada, mesmo que Soleimani tenha sido um líder perigoso ao longo dos anos.
Tal ataque desencadeará uma série de consequências negativas, segundo afirmam especialistas.
Nesse sentido o Brasil também sofrerá consequências já que o primeiro ano do Governo Bolsonaro foi a busca constante por um alinhamento com EUA. No momento, os países que compõe a ONU querem saber até que ponto o Brasil manterá seu discurso de submissão aos EUA, já que o mercado iraniano é um destino de suma importância para as exportações brasileiras.
Sabe-se que Trump tem pressionado o governo brasileiro a manter pressão sobre o Irã, de modo que haja o distanciamento dos contratos comerciais e no abastecimento dos navios de Teerã.
Em partes o Brasil tem aderido ao pedido de Trump desde que aceitou sediar uma conferência internacional para discutir a situação do Oriente Médio e Irã, no Itamaraty.
Contudo, países que fazem parte da cúpula da ONU têm se recusado a participar da iniciativa.
O impasse em que o Brasil se encontra determinará se o país vai se posicionar a favor ou contra as ações de seus aliados. Em ambas as situações o país está sob a ameaça de fazer parte de um conflito de perigosas proporções.
A vingança prometida pelo Irã
O líder aiatolá Ali Khamenei afirmou em sua conta no Twitter que Soleimani não terá sua obra parada e que uma vingança implacável será destinada aqueles que “encheram as mãos” com o sangue de seu major-general.
Segundo Khamenei, todos os inimigos saberão que a jihad continuará com motivação dobrada e com a certeza da vitória definitiva no que ele chamou de guerra santa.
Mohsen Rezaei, secretário de órgão estatal, também prometeu vingança contra os EUA, e o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, afirmou que a ação americana foi extremamente perigosa e imprudente.
O comboio de veículos onde estava Soleimani foi atingido por mísseis americanos nos perímetros do Aeroporto Internacional de Bagdá. Os enterros aconteceram neste sábado (4). Irã e Iraque decretaram luto de três dias.
Diante do que está por vir, a embaixada dos EUA recomendou evacuação imediata dos cidadãos americanos que estão no Iraque.