No Brasil país do carnaval, quando o samba acaba, e se fecham as cortinas o ano começa, e o mercado de trabalho bate forte as portas. Sendo um país de tamanho continental com 209,6 milhões de habitantes e uma população entre negros e pardos que corresponde a 58% de seu total, o negro brasileiro ainda é o que mais sofre com o racismo e a desigualdade no mercado de trabalho, sendo empurrados a sub empregos e informalidade pelo racismo institucional que permeia as empresas do país.
Apesar de ser a maior fatia populacional do país são os que possuem menor rendimento financeiro, mesmo com qualificação profissional.
Em média, os negros no Brasil em 2019 ganharam 68% a menos que um branco por hora trabalhada receberam míseros R$ 10,1 por hora trabalhada, enquanto o branco recebe R$ 17,0, isso quando não possuem qualificação mínima tendo o ensino básico incompleto e são empurrados a beira da miséria e hipócritas citam a tal meritocracia.
'O chicote ainda bate nas costas do negro'
A desigualdade é tão escancarada que mesmo em cargos de chefia, somente 29% são ocupados por negros e pardos,ainda assim a diferença entre os que possuem nível superior e qualificação é desrespeitosa e racista. Exercendo as mesmas funções e tendo as mesmas qualificações, o negro ganha em média R$22,7 por hora trabalhada enquanto um branco ganha R$ 32,8 por hora.
Os indicadores mostram que não basta ter nível superior completo, e outras graduações para acabar com a desigualdade absurda no mercado de trabalho no Brasil, quanto mais alto o cargo menos acesso o negro possui.
Negros e pardos são maioria na fila do desemprego no Brasil (64,2%) ou subutilizados (66,1%)
O abismo ainda fica maior em se tratando de mulheres negras que recebem 44% menos que um homem branco, sendo estas arrimo de suas famílias,sujeitas a ganhos irrisórios e assédio por vezes sexual e moral em ambiente de trabalho, disfarçados de pequenas brincadeiras.
Basta uma rápida consulta nas redes sociais para ver vagas de emprego que pedem servicinhos extras absurdos, que vão de favores sexuais a exploração de mão de obra feminina.Até quando as mulheres sejam negras ou não serão sujeitadas a sentar no colo dos patrões?
Ser negro no Brasil não é para os fracos
Já não basta o feminicídio , abuso, violência doméstica ganhos absurdamente desiguais e ainda serem assediadas e desrespeitadas profissionalmente, isso no mesmo país em que o deputado do PSL de Santa Catarina Jessé Lopes em rede social escreveu que o “Feminismo quer tirar da mulher o direito de ser assediada”.
Com a população majoritariamente negra e parda o racismo no Brasil é uma ferida aberta ainda a sangrar abundantemente, onde a população grita e se reúne em grupos de rede sociais para fortalecer o discurso de enfrentamentos político-sociais contra esse abismo desigual que aflige a população, e discutir deveres e principalmente direitos da população negra tão vilipendiados ao longo do tempo.
A importância desses grupos é imensa onde reúnem-se, professores, advogados, profissionais de varias áreas ativistas pela causa da comunidade negra, e defensores de minorias, criando uma rede de apoio, solidariedade e incentivo a população negra brasileira ao estudo e acesso a educação e a visão de representatividade nas mídias.
No Brasil falar em meritocracia é uma vergonha. Enquanto negros e brancos não tiverem as mesmas oportunidades, acadêmicas e financeiras,a tal meritocracia serve apenas para enfeitar discursos hipócritas e servir de cereja no bolo que os racistas comem em sua sobremesa.