A Netflix mais uma vez entrega para seus assinantes uma obra de qualidade duvidosa, isto para dizer o mínimo do filme que estreou na última sexta-feira (17), O Limite da Traição, uma obra dirigida, escrita e produzida pelo comediante Tyler Perry – que também atua no longa-metragem de duas horas de duração. O filme tem no elenco: Bresha Webb , Cicely Tyson, Crystal R. Fox, Phylicia Rashad.
A trama
Grace Waters (Crystal Fox), uma mulher que foi traída pelo ex-marido e vive só, é incentivada por sua melhor amiga Sarah (Phylicia Rashad) a procurar por um novo amor.
Grace então acaba se envolvendo com o jovem Shannon (Mehcad Brooks) e os dois se casam, porém após o matrimônio Shannon acaba se mostrando um aproveitador. Grace encontra-se atrás das grades esperando julgamento pelo assassinato de seu segundo marido, sua esperança de liberdade está na advogada, inexperiente e subestimada por todos Jasmine Bryant (Bresha Webb).
A Netflix já havia feito algo semelhante em 2019 com a produção "Obsessão Secreta", do diretor Peter Sullivan, em que era mostrada uma trama em que logo no início se descobria quem era o assassino. Assim como no filme do ano passado, "O Limite da Traição" também não apresenta praticamente nenhum desafio para o espectador. Mas isto é só um dos vários problemas encontrados na produção da Netflix.
O que era para ser um thriller acabou se transformando em uma produção repleta de dramalhões mal conduzidos pelo diretor em um roteiro fraquíssimo e atuações idem, o que deixa o filme com cara de telenovela latino-americana.
O filme é contado em forma de flashback para mostrar como a protagonista caiu em desgraça, e contou com uma narração em off, em que a atriz piora ainda a situação ao dar uma entonação específica para cada um dos momentos que são vistos na tela.
Absolutamente todos os momentos da vida da personagem são mostrados no filme, o que acaba por tornar o filme enfadonho ao focar em cenas que não precisariam serem mostradas, é como se o diretor estivesse subestimando a capacidade de entendimento do espectador.
Filmes de tribunal
Filmes em que são mostrados julgamentos são um gênero no Cinema, e nem este grande momento o filme soube aproveitar.
O julgamento mostrado mostra-se tão patético quanto tudo o que foi tentado anteriormente no filme. Em que chega-se mesmo a ter uma edição em que mostra-se apenas fragmentos dos duelo entre defesa e acusação, o que tirou toda a empolgação da sequência, ao não mostrar os argumentos dos dois lados.
Tyler Perry
Surpreendentemente o comediante, que nunca teve muito respeito na indústria do cinema e televisão, decidiu fazer um thriller de suspense, talvez fosse melhor ele se concentrar na área em que é talentoso, ele é reconhecido por seu talento como produtor e empresário.
Ele construiu um pequeno império na indústria do cinema, os estúdios com seu nome, localizados em Atlanta serviram de cenário para produções que chegarão aos cinemas em 2020, como "Bad Boys Para Sempre", com Will Smith e Martin Lawrence e também a continuação de "Um Príncipe em Nova York", com Eddie Murphy e Wesley Snipes.