Em mais uma mostra de que os integrantes do clã Bolsonaro, não se importam com a chamada "litúrgia do cargo", mais uma vez um dos integrantes da família de políticos usa de termos que não condizem com o cargo que ocupa.

Desta vez foi o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) que insinuou que um seguidor seu no Twitter "queima a rosca".

Briga no Twitter

Um seguidor do filho "01" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), questionou o senador sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega: "Qual a melhor arma para queimar um arquivo, Flavinho?", ironizou o seguidor de Flávio no Twitter.

No que o senador respondeu de maneira deselegante: "Não sei, mas para queimar a rosca você sabe!".

Adriano da Nóbrega

O miliciano morto no último fim de semana na Bahia era acusado de ser um dos líderes da milícia de Rio das Pedras e também do Escritório do Crime, grupo de assassinos de aluguel.

No ano de 2003, Adriano foi condecorado pela Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

Na época, Flávio Bolsonaro exercia seu primeiro mandato como deputado estadual, e seu pai, Jair Bolsonaro era deputado federal.

Adriano, que era ex-policial do Bope (Batalhão de Operações Especiais), recebeu uma moção de louvor por "dedicação, brilhantismo e galhardia".

O presidente Bolsonaro deu entrevista no sábado (15) em que afirmava que fora ele que pediu para seu filho Flávio prestar a homenagem para o então policial do Bope, porém, logo a seguir, o presidente afirmou que só viria a conhecer Adriano da Nóbrega em 2005.

A morte do ex-integrante do Bope causou atrito entre o presidente da República e o governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Quando foi questionado sobre a investigação envolvendo Adriano, Bolsonaro perguntou quem havia sido o responsável pela morte de Adriano e ele mesmo respondeu que foi a PM da Bahia, o PT.

Direito de resposta

O governador petista Rui Costa respondendo às críticas de Bolsonaro, afirmou que a Bahia luta contra as milícias e contra a bandidagem.

Rui Costa também afirmou que existem laços de amizade entre a Presidência e o ex-oficial do Bope Adriano da Nóbrega que foi morto em operação da Polícia Militar baiana.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fez coro com Bolsonaro e também usou dos mesmos argumentos do presidente, que tentou ligar a morte de Adriano ao Governo petista.

Marcelo Freixo

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) conversou com o UOL e, de acordo com ele, na época em que Adriano recebeu a condecoração de Flávio, o ex-policial já era um matador.

Na Opinião do parlamentar, Jair Bolsonaro está tentando proteger o filho ao dizer que foi Jair Bolsonaro quem determinou que Flávio homenageasse Adriano da Nóbrega.