Na noite desta sexta-feira (14), um voo fretado pelo Governo dos Estados Unidos chegou ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande Belo Horizonte, com 100 brasileiros deportados, segundo informações fornecidas pela Polícia Federal (PF).
Na sexta-feira anterior (7), 130 brasileiros saíram dos EUA. Um dos deportados afirmou que foi ‘muito sofrido’ o tempo em que esteve preso com a família. Os brasileiros que estavam nos EUA de forma irregular ficaram detidos sob custódia no Departamento de Imigração e Alfandega (ICE) norte-americano.
O primeiro voo chegou em Belo Horizonte em outubro de 2019 com aproximadamente 70 pessoas. Esse fato marcou o retorno de uma medida que não era aceita pelo governo brasileiro desde 2006, devido mudanças políticas no Itamaraty em relação ao trato de brasileiros no exterior.
Em janeiro deste ano o segundo voo chegou, trazendo outras dezenas de brasileiros. A facilidade de deportação de cidadãos irregulares nos EUA fornecida pelo governo Bolsonaro representa mudanças na relação política entre os países.
Dificuldades de deportação em governos anteriores
Os governos anteriores não aceitavam voos fretados com deportados, depois que uma CPI investigou deportações em massa de cidadãos que viviam, inclusivamente, de forma ilegal no Estados Unidos.
De acordo com um dos diplomatas da Reuters, a medida iniciada em 2006 visava analisar caso a caso, de modo que, desse aos brasileiros, no exterior, a possibilidade de reverter a decisão de deportação, como no caso de ter filhos norte-americanos ou negócios montados no exterior.
Contudo, o governo Trump solicitou o pedido de deportação ao governo de Jair Bolsonaro, o que logo aconteceu, quando em agosto de 2019, o governo emitiu uma autorização em concordância com a deportação de brasileiros, desde que possuam atestado de nacionalidade.
Dessa forma, os voos fretados facilitam que os deportados cheguem em solo nacional sem necessariamente desembarcar em um dos aeroportos sem a apresentação do passaporte, isso porque a lei brasileira proíbe a emissão sem a contestação do cidadão, o que impossibilita o embarque sem os documentos.
Aumento do número de tentativas em cruzar a fronteira dos EUA
Os imigrantes ilegais e irregulares que estão presos nos Estados Unidos são muitos e o número tem aumentado a cada dia, segundo informações do G1 no último ano o aumento se tornou 10 vezes maior que anos anteriores. Os dados dizem respeito a brasileiros que tentam, constantemente, cruzar a fronteira pelo México, entre outubro de 2018 e setembro de 2019 o número foi de 17.900 contrapondo-se a 2017 que foi de 1.500 pessoas.
Os presos tentando cruzar a fronteira dos Estados Unidos são de diversas nacionalidades Em 2019, a somou-se 850 mil que ficaram detidos na fronteira.