O deputado distrital Leandro Grass (Rede-DF) entrou nesta terça-feira (17) com um pedido de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido foi entregue à Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados. A base do documento foram as ações cometidas pelo líder do Executivo entre os anos de 2019 e 2020 que, de acordo com nota publicada no site de Leandro Grass, configurariam crime de responsabilidade.
As ações citadas no documento são: a participação de Jair Bolsonaro nas manifestações do último domingo (15), que não ouviu as recomendações para que não fossem feitas aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus, e também os ataques contra a repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello.
Ditadura
Outra justificativa usada para o pedido de impeachment de Jair Messias Bolsonaro foram as comemorações do golpe militar de 1964 e as alegações de que houve fraude nas eleições presidenciais de 2018. O parlamentar afirmou que Bolsonaro está praticando uma série de ações que são incompatíveis com o decoro exigido pelo cargo de presidente da República. Ele prossegue dizendo na nota que o Brasil está enfrentando uma crise econômica e também está atravessando uma crise mundial na área da saúde, e o presidente ignora os protocolos, colocando em risco a população. Para o deputado, o Brasil encontra-se sem condições de superar estas crises enquanto Bolsonaro estiver na presidência.
Alexandre Frota
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) anunciou que também irá protocolar um pedido de impeachment contra Bolsonaro. Frota, que já foi aliado do presidente, justifica em seu pedido que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade contra a saúde pública durante as manifestações ocorridas no último domingo (15).
A peça acusatória montada por Frota acusa o chefe do Poder Executivo de cometer atentado contra os poderes Legislativo e Judiciário quando decidiu convocar os protestos ocorridos no último domingo, e também atentados contra a administração pública. O pedido de Alexandre Frota também fala sobre ataques cometidos contra a imprensa e jornalistas.
Outro tema que consta na peça de Alexandre Frota foi a desobediência de Bolsonaro às recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Bolsonaro circulou livremente entre os manifestantes, mesmo correndo o risco de, talvez, infectar outras pessoas, pois havia o risco de Jair Bolsonaro ter contraído o novo coronavírus.
Alexandre Frota foi eleito com o apoio de Jair Bolsonaro. Ele rompeu com o presidente no ano passado e até mesmo foi expulso do PSL, ex-partido do presidente. Inicialmente Frota anunciou que iria entregar o pedido para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) na terça-feira (17), mas não o fez. A previsão é que o parlamentar entre com o pedido ainda nesta semana.