Nesta sexta-feira(15), após saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro escalou o general Eduardo Pazuello para chefiar o órgão enquanto não define quem será o próximo ministro da saúde. Teich saiu após divergências com Bolsonaro sobre o uso da cloroquina em paciente com sintomas leves de Covid-19. Em pronunciamento, nesta tarde (15), Teich não informou o motivo exato de sua saída, mas ressaltou que foi por vontade própria.

Contrário à maioria dos profissionais da saúde, Bolsonaro defende que o medicamento será eficiente para ajudar no combate ao novo coronavírus que já vitimou cerca de 14 mil brasileiros.

Ao que tudo indica, Pazuello deve atender o pedido do presidente Jair Bolsonaro de assumir a pasta de forma interina. Com isso, é provável que assine o protocolo que permite o uso da cloroquina.

Até o momento, o uso da cloroquina está seguindo os mesmos critérios de uso apenas em pacientes graves da Covid-19.

Conflitos entre o ex-ministro Teich e o presidente Jair Bolsonaro

Apesar das discordâncias com o presidente, Teich chegou a propor um estudo mais abrangente para definir novas diretrizes sobre a administração da substância no combate ao coronavírus (Covid-19). Bolsonaro concordou, mas cobrou urgência de Teich que saiu antes de fazer o mega estudo sugerido.

Em abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou a aplicação da substância em pacientes que apresentassem sintomas leves da doença, contudo, ressaltou que tal decisão não segue a ciência, antes serve apenas para finalizar com a discussão em torno da substância.

Ao assinar a autorização, o novo ministro da saúde estará dando aval para que os médicos possam prescrever o medicamento e a dosagem a ser administradas para o tratamento da Covid-19. Porém, surge um novo impasse: a falta da droga no sistema público de saúde.

Eduardo Pazuello, novo favorito a assumir o Ministério da Saúde

O general Eduardo Pazuello é secretário-executivo do Ministério da Saúde e até o momento é apresentado como o favorito do presidente Jair Bolsonaro.

A inclusão do general do Ministério de forma efetiva representa a militarização do governo Bolsonaro.

Pazuello é amigo de Bolsonaro e assumiu a secretária a pedido do mesmo. O militar é comandante da 12.ª Região da Amazônia e ficou conhecido por comandar a Operação Acolhida que tinha como missão cuidar dos refugiados venezuelanos em Roraima.

Assim que Bolsonaro demitiu Mandetta no dia 16 de abril, solicitou a imediata apresentação de Pazuello em Brasília, onde assumiu teoricamente o posto de secretário do Ministério da Saúde com a função de comandar a logística do ministério. Contudo, na prática, o general concentrava todas as decisões ligadas à prática do ministério.