A Netflix estreou recentemente a série “Noite Adentro”, (Into the Night), uma produção belga baseada no livro “The Old Axolotl” de Jacek Dukaj. O criador da série é Jason George, que também é seu produtor executivo, ao lado de Tomek Baginski e do próprio escritor Jacek Dukaj. Estão no elenco: Pauline Etienne; Laurent Capelluto; Stéfano Cassetti; Mehmet Kurtulus; Babetida Sadjo; Jan Bijvoet; Ksawery Szlenkier; Vincent Londez; Regina Bikkinina; Alba Gaïa Bellugi; Nabil Mallat; Astrid Whettnall e Chris TDL.
Do que se trata
Acontece na série um fenômeno solar sem explicações, todas as pessoas que têm contato com a luz solar morrem de maneira instantânea, a trama então acompanha um grupo de passageiros, tripulantes de um voo noturno para fora de Bruxelas, capital da Bélgica.
A esperança da tripulação é voar sempre para oeste, para buscar abrigo em lugares em que o Sol ainda não nasceu.
Globalização
Entre tripulação e passageiros, é encontrado um grupo bastante heterogêneo, com pessoas de várias nacionalidades e falantes de várias línguas, no avião estão pessoas de diferentes classes sociais, diferentes idades, civis e militares.
A partir do momento em que estas pessoas terão que se unir para tentar achar uma maneira de sobreviver, as diferenças culturais irão refletir no relacionamento entre eles, em que virão à tona preconceitos que não seriam revelados, pois, a maioria dos que estão ali presentes, em uma situação normal não teriam que interagir umas com as outras.
Além disto, a situação estressante tem o potencial de revelar o caráter de cada uma das pessoas daquele grupo, em que pessoas que não se acham em condições de liderar, acabam se revelando como bons líderes.
Ao mesmo tempo, em que aqueles que em um primeiro momento parecem ter condições de controlar a situação, acabam por se mostrarem incompetentes e até mesmo autoritários.
O grupo também irá encontrar desafios ao conhecer outras pessoas, que mais a frente na série irão se juntar a eles.
Por se tratar de ter um avião em sua trama, é normal que o público lembre da série “Manifest”, que é exibida no Brasil pelo serviço de streaming Globoplay. Mas sua estrutura narrativa lembra bem mais série “Lost”, em que alterna momentos do tempo presente com flashbacks que mostram os dramas e pecados dos personagens.
Desta maneira, a produção de ficção científica da Netflix faz uso de uma fórmula já vista anteriormente, mas consegue manter a atenção do espectador com sua trama cheia de ação e mistério. O desenvolvimento dos personagens é feito de modo a dar verossimilhança a cada um deles. Um ponto negativo que a série apresenta são as exposições narrativas, ou seja, é quando um personagem explica para outro uma determinada situação, mas, na verdade, a intenção é fazer com que o público saiba daquela situação. Na série isto ocorreu algumas vezes de maneira pouco convincente. Embora a produção não seja altamente sofisticada no que diz respeito aos efeitos visuais, este quesito não compromete o resultado final.