Estreou nesta quarta-feira (21) na Netflix o filme "Rebecca - A Mulher Inesquecível" (Rebecca). A trama é inspirada no romance de Daphne Maurier lançado em 1938.

Esta história já havia sido contada em uma versão para o Cinema, lançada em 1940, e que foi dirigida por Alfred Hitchcock.

Duas outras produções foram produzidas, uma em 1979 e a outra em 1997. A versão de 2020 foi dirigida por Ben Wheatley.

Sucesso e fracasso

A versão de Hitchcock para a trama de Maurier foi muito bem sucedida. Ela foi a primeira produção estadunidense do mestre do suspense.

O filme foi vencedor de dois Oscars. Ele ganhou nas categorias: "Melhor Filme" e "Melhor Fotografia". Também foi indicado em nove categorias naquele ano.

As já citadas versões de "Rebecca", de 1979 e 1997, são desconhecidas da maioria do grande público.

A versão da Netflix está mais inclinada para o caminho do esquecimento do que para a glória. A crítica especializada tem feito severas críticas ao longa. A cotação do filme no Rotten Tomatoes está baixa, ainda que ela possa aumentar ao longo dos dias.

Quem é Rebecca?

A atriz Lily James interpreta uma jovem de origem humilde que trabalha como secretária de uma dama da alta sociedade –assim como nas versões anteriores, não é revelado o seu nome, ela é conhecida apenas como "Sra.

de Winter".

Ela conhece o milionário Maxim de Winter, papel de Armie Hammer, um homem misterioso que está viúvo há cerca de um ano.

Apesar de se conhecerem há pouco tempo, o casal se casa e v\i morar na mansão Menderley, na Inglaterra.

Kristin Scott-Thomaz interpreta a Sra. Denvers, a sisuda governanta da imensa mansão que mais parece um hotel por seu tamanho e por sua imensa quantidade de empregados.

Com o passar do tempo, a nova Sra. de Winter irá descobrir o quanto a falecida esposa de Max, Rebecca, era idolatrada pela governanta. Por está razão, a relação das duas não é das melhores.

Benefício da dúvida

Ainda que em seu primeiro ato "Rebecca" não indica que será um filme ruim, e nem que será bom, ele apresenta alguns pontos positivos.

Em toda a fase em que o casal está se conhecendo, são mostrados vários momentos felizes, e seria muito cômodo que a trama mostrasse os personagens extremamente empolgados com aquela paixão.

Mas, mesmo que ainda possa se ver o envolvimento dos dois, ambos aparentam ter uma certa tristeza no olhar, ela por sua solidão e situação financeira, ele pela perda da esposa amada.

Porém, fica difícil saber se isto foi uma escolha do diretor ou se simplesmente foi por causa do trabalho do casal de protagonistas que parecem pouco se esforçar para entregar atuações convincentes, principalmente Armie Hammer.

Fundo do poço

E assim, "Rebecca - A Mulher Inesquecível" mostra um thriller psicólogo que não empolga. Mas o espectador foi fisgado e quer saber como irá terminar a trama, é a partir da sequência do grande baile que o filme sai totalmente do controle.

O diretor opta por mostrar sequências mais caóticas, que por um momento pode deixar a dúvida no público se tudo não passa de um sonho da protagonista.

Depois desta tentativa, fracassada, de inserir elementos mais interessantes à trama, a produção apresenta várias reviravoltas que são mal conduzidas, tanto por um roteiro e direção fracos, quanto por uma montagem atrapalhada e um trabalho medíocre feito pelo casal de protagonistas.