Há certas músicas, filmes, livros que mantêm sua atualidade mesmo depois de anos ou décadas de lançadas.
Um exemplo disto pode ser visto no filme "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro" (2010), produção dirigida por José Padilha e protagonizada por Wagner Moura, que deu vida ao personagem que ficou conhecido como Capitão Nascimento.
A produção acompanha mais um período na vida do ex-oficial do Bope (Batalhão de Operações Especiais), uma tropa de elite da Polícia Militar, que agora tem que enfrentar um novo inimigo, a milícia.
A organização criminosa está infiltrada não só na Polícia Militar, mas também no meio político, mais atual impossível.
'1984' e o Big Brother
Outra obra artística que parece não ter envelhecido nem um dia depois de ter sido lançada é o livro "1984", de George Orwell.
O livro lançado primeiramente em 1949 é uma distopia que acompanha a trajetória de Winston, um cidadão comum que vive em um cenário pós-guerra nuclear em que a população está o tempo todo sendo vigiada pela figura opressora do "Grande Irmão".
Neste regime opressor, Winston trabalha no Ministério da Verdade, um setor do governo que a todo momento reescreve a história.
Documentos, livros, revistas etc, têm alterado seus registros para que a história possa ser usada como arma do governo para construir a sua própria verdade.
E lá se vão 71 anos de sua publicação, desde então o livro se tornou uma espécie de guia para compreender como é o modus operandi de certos governos, não importando o espectro ideológico.
Uma prova da atualidade da obra de Orwell pôde ser comprovada na live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocorrida na última quinta-feira (26).
Bolsonaro, inacreditavelmente, declarou sem o menor constrangimento que não existe nenhum áudio, nenhuma gravação em vídeo que mostre que ele se referiu ao novo coronavírus como "gripezinha".
Em pelo menos duas ocasiões Jair Bolsonaro usou o termo para dizer que a Covid-19 é uma enfermidade sem grande importância.
No dia 20 de março de 2020 o líder do Executivo deu entrevista no Palácio do Planalto em que, comentando sobre o atentado que sofreu em 2018, afirmou que não seria uma "gripezinha" que iria o derrubar.
Em um pronunciamento em rede nacional no dia 24 de março deste ano, Bolsonaro voltou a usar o termo para se referir à doença que já matou mais de 170 mil brasileiros.
Fake news
Mentiras e distorções de fatos não são uma novidade na vida do presidente Jair Bolsonaro. O que mais impressiona desta vez é o absurdo da situação, a maior autoridade do poder Executivo no país fazer uma afirmação que pode ser desmentida por qualquer pessoa em poucos segundos, bastando para isso uma rápida consulta ao Google.