O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já está chegando no final na metade do seu mandato e ainda não deixou uma marca registrada de eficiência na máquina pública. Em seu Governo, algumas promessas foram arquivadas e ações sociais sofreram retrocesso, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o Estadão, pelo menos 12 medidas foram deixadas de lado no que tange o impacto na economia e política brasileira.

Tais medidas, como privatizações, reforma tributária e apoio a Lava Jato, anunciadas na campanha de 2018, foram deixadas à parte. Bolsonaro, segundo o jornal, ainda não se movimentou de forma eficaz e eficiente nesses quesitos.

Governo Bolsonaro permanece estacionado em discursos ideológicos

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, nos dois anos de gestão do governo Bolsonaro, o que ainda prevalece são os discursos ideológicos, as ‘agendas’ da família e as alianças feitas com os partidos do Centrão. O que se apresentou durante este tempo foi a atuação do presidente nas redes sociais e as tentativas de frear as denúncias envolvendo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que atualmente é alvo no inquérito que investiga suposto esquema de "rachadinha" no período em que era deputado no estado do Rio de Janeiro.

As últimas informações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro dizem respeito a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo denúncias recentes, o órgão produziu cerca de dois relatórios onde orienta a defesa de Flávio Bolsonaro no esquema das "rachadinhas". A Agência Pública coletou dados na investigação, apontando que o presidente Jair Bolsonaro está usando o órgão com a finalidade de fortalecer a espionagem contra adversários.

Nos momentos de crise envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, temas como a redução da maioridade penal, o banimento de marginais vermelhos e o Escola Sem Partido surgem como forma de desviar a atenção, afirma o jornal, segundo o qual, durante esses quase dois anos de governo, Bolsonaro não atendeu as expectativas do mercado financeiro e da opinião pública.

Sem articulação política, governo Bolsonaro mantém economia inconsistente

Segundo O Estado de S. Paulo, as reformas elencadas na campanha 2018 e as que se apresentaram como necessárias, ainda se encontram desidratadas no âmbito da economia, isto porque o governo não possui uma articulação política capaz de viabilizar as medidas junto ao Congresso, dentre elas estão a isenção do Imposto de Renda e a simplificação dos tributos, que até o presente momento não saíram do papel.

No quesito das relações para fomentar a economia entre o Brasil e demais países, tem-se o chanceler Ernesto Araújo que tem sua atuação marcada por confrontos e ataques com países europeus, além da Venezuela e da China.

Governo Bolsonaro seria marcado pelo 'coque liberal' na economia

A atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, deveria ser marcada pelo "coque liberal", no entanto, o plano continua parado. O presidente Bolsonaro também terá que realizar uma nova política externa, já que seu aliado Donald Trump perdeu as eleições nos EUA para Joe Biden.