Alguns ditados populares podem ser aplicados no caso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos homens, como “o fruto não cai muito longe da árvore”, ou ainda “tal pai tal filho”. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) não é só fisicamente parecido com o pai, ambos parecem ter um gosto extremamente duvidoso --para dizer o mínimo-- para escolherem as amizades, pois é conhecida da população a relação dos dois com pessoas ligadas às milícias do Rio de Janeiro.

Grande família

Jair Bolsonaro e seu filho 01 também compartilham os problemas com a Justiça, pois estão sendo investigados pelos órgãos competentes, e os indícios de situações suspeitas em suas carreiras políticas --mas nesse quesito, os filhos 02, 03 e 04 também parecem ter puxado ao pai.

Jair Bolsonaro, em seus quase 30 anos nos corredores das Casas Legislativas, nunca passou de um parlamentar sem nenhuma importância e só ganhou fama por causa de suas opiniões polêmicas que um mandato de deputado lhe permite expressar, para tristeza e vergonha da nação.

Tradição familiar

Nesse sentido, o senador Flávio Bolsonaro parece seguir o mesmo caminho do pai. Nos tempos em que era parlamentar, raramente se ouviu falar em algum projeto de relevância para a sociedade que tenha tido a participação dele, que assim como os irmãos políticos, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), parecem mais dedicados aos assuntos do Governo Bolsonaro do que trabalharem nas respectivas funções.

Baixo nível

Seguindo o mau exemplo do pai, conhecido nacionalmente pelos bate-bocas que protagonizou nos tempos de deputado, Flávio Bolsonaro participou de um episódio lamentável na quarta-feira (12), na CPI da Covid no Senado. Mostrando que a falta de educação vem de berço, Flávio --que não faz parte da CPI-- chegou à comissão por volta das 17h e pediu a palavra.

Como era de se esperar, Flávio saiu em defesa do depoente do dia na comissão parlamentar de inquérito, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. Usando um linguajar que é típico de um integrante do clã Bolsonaro, Flávio declarou: "Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros.

Olha a desmoralização".

A situação então saiu do controle, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) devolveu a ofensa e os dois continuaram a discussão aos berros. O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), pediu calma aos senadores, mas não teve jeitO. Aziz então declarou que a sessão iria ser suspensa.

Após a baixaria, jornalistas perguntaram a Renan Calheiros se ele iria entrar com uma ação no Conselho de Ética do Senado contra o filho do presidente da República. Calheiros afirmou que não: "eu não vou me misturar com esse tipo de gente".

Ainda que Flávio Bolsonaro tenha dado início ao bate-boca, Omar Aziz já havia avisado que a reunião seria suspensa por causa da sessão do plenário do Senado.

Fabio Wajngarten testemunhou na CPI como testemunha, o que o obrigava a dizer a verdad. O relator da CPI, Renan Calheiros, e também o presidente da comissão, Omar Aziz, entenderam que o depoente mentiu em vários trechos.

Cautela

Renan se mostrou indignado com o comportamento do ex-secretário de Comunicação e declarou que essa atitude estava desprestigiando e desrespeitando a CPI. Calheiros e Aziz então tiveram uma divergência de Opinião, enquanto o primeiro queria dar voz de prisão para Wajngarten, o último pediu cautela para que a CPI não fosse classificada como tribunal condenatório.