Continuam as polêmicas envolvendo a realização da Copa América no Brasil. O campeonato foi programado para acontecer no país na última hora, o que vem gerando protestos de vários setores da sociedade, visto que o país está enfrentando o seu pior momento na pandemia do coronavírus.

Mais problemas

Agora a Copa América 2021 ganhou mais dois novos problemas no último fim de semana. Os atletas da seleção mostraram contrariedade com a realização do evento e deixaram claro que não querem participar do torneio, como foi divulgado por vários veículos de imprensa do Brasil.

Aliado a isso, está o fato de Rogério Caboclo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ter sido acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária e agora está sendo pressionado para que deixe o cargo. A realização da Copa América no Brasil estava sendo considerada uma vitória de Caboclo.

Na última quarta-feira (2), a Conmebol divulgou o calendário do evento, que está previsto para acontecer entre os dias 13 e 10 de julho. Está previsto que sejam disputados 28 jogos em Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro.

Escalação

Alisson, Casimiro, Danilo, Marquinhos, Neymar e Thiago Silva são os jogadores que lideram o descontentamento da seleção em participar dos jogos da Copa América.

Eles estão articulando junto com outros jogadores de outros países, para que haja um movimento organizado para boicotar o evento, de acordo com informações da ESPN.

Em outras seleções, nomes importantes como Edinson Cavani e Luiz Suárez, da seleção uruguaia, também estão contra a realização do evento esportivo. Porém, jogadores de outras seleções com menos relevância ainda estão na dúvida sobre o tema.

O que teria levado os jogadores brasileiros a se amotinarem teria sido o fato de eles, que já estavam concentrados na Granja Comary para as eliminatórias da Copa do Qatar, terem ficado sabendo da realização da Copa América 2021 no Brasil pela imprensa, quando o esperado era que o evento fosse cancelado diante da aproximação de uma terceira onda da pandemia.

No país, mais de 470 mil pessoas já perderam a vida por causa da Covid-19.

Também pesou na decisão dos atletas o tratamento que receberam do alto escalão da CBF, que não conversou com eles sobre os rumos do evento, que é considerado de menor relevância em comparação com as eliminatórias para a Copa do Mundo 2022.

A Copa América deveria ter sido realizada em 2020 porém, por causa da pandemia, o evento foi adiado para o ano seguinte. A realização da competição tem datas marcadas muito próximas às das eliminatórias da Copa do Mundo, o que deixou os jogadores revoltados. Eles reclamaram do pouco tempo para se recuperarem dos jogos, pois os intervalos entre as partidas estão muito curtos.

Bolsonaro

A ideia inicial era que Argentina e Colômbia dividissem a responsabilidade pela realização do evento. Mas os dois países desistiram da ideia. A Argentina por causa da pandemia, e a Colômbia por conta dos protestos que estão ocorrendo no país.

O governo brasileiro, mesmo atravessando um momento crítico na pandemia, não pensou duas vezes em aceitar que o evento fosse realizado no país.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viu no torneio a chance de desviar a atenção da população da CPI da Covid no Senado, que investiga as ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia.

Tite

A tensão entre a CBF e os jogadores brasileiros vem aumentando desde a última terça-feira (1). Na quinta-feira (3), o técnico Tite compareceu sozinho a uma entrevista coletiva, visto que Casimiro, o capitão da seleção, foi proibido de falar.

Tite demonstrou que está do lado dos jogadores, ele não negou que esteja ocorrendo uma crise entre a seleção e a CBF.

A especulação é que o técnico, após o jogo da próxima terça-feira (8) contra o Paraguai pelas eliminatórias para a Copa do Qatar, apresente seu pedido de demissão. O que está sendo cogitado é que o técnico Renato Gaúcho irá substituir o atual técnico da seleção. Renato está fora do Grêmio desde abril e ainda não fechou contrato com nenhuma equipe.