Durante meses, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insistiu em atacar a vacina da Covid e agiu para dificultar a assinatura de contratos de compra dos imunizantes.

O Governo Bolsonaro tomou medidas contrárias, visando dificultar a aquisição das vacinas que representam a maioria das doses aplicadas, de acordo com investigação da CPI da Covid, realizada no Senado.

O governo assinou contrato com a AstraZeneca, para a fabricação da vacina pela Fiocruz, em julho de 2020. Em janeiro de 2021, o governo assinou um acordo para a aquisição da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, e, depois disso, negociou com outros três fabricantes: Pfizer, Janssen e Sputnik.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde iniciou ainda negociações com duas outras vacinas, a Covaxin e a CanSino, mas as tratativas foram paralisadas por uma série de razões, incluindo alegações de fraude e corrupção. Entre outros contratempos, as negociações da vacina encontraram os seguintes problemas:

  • CoronaVac: o Ministério da Saúde anunciou 6 milhões de compras, mas travou depois que Bolsonaro ordenou o cancelamento do contrato. O contrato foi assinado após 3 meses. Ao mesmo tempo, Pazuello negociou a CoronaVac com uma empresa intermediária por quase três vezes o valor pago ao Butantan.
  • Pfizer: ficou dois meses sem receber resposta do governo, que considerou haver abusos no contrato.
  • Covax Facility: o Brasil optou por compartilhar o mínimo de doses em um consórcio internacional liderado pela Organização Mundial de Saúde.
  • AstraZeneca: atritos entre os governo do Brasil e da China causaram atraso no fornecimento de insumos para a fabricação do imunizante pela Fiocruz. A CPI da Covid investiga supostas negociações paralelas com o Ministério da Saúde, incluindo alegações de propina.
  • Sputnik: governo federal assinou contrato depois que governos estaduais compraram o imunizante separadamente.
  • Covaxin: as negociações para essa vacina ocorreram mais rapidamente que as outras vacinas. Funcionário do Ministério da Saúde disse ter sido pressionado a aprovar a importação e ter notificado Bolsonaro sobre irregularidades. STF aprovou uma inquérito para investigar se Bolsonaro cometeu prevaricação ao não mandar investigar.

Histórico da pandemia

Neste sábado (17), as vacinações completaram 6 meses de seu início.

O primeiro caso de Covid no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020, cerca de um mês após a epidemia ter seu início na cidade chinesa de Wuhan. Houve ainda casos em muitos outros países.

Laboratórios de todo o mundo começaram a trabalhar em vacinas contra o novo vírus descoberto na China. Bolsonaro disse que as coisas poderiam piorar, mas não havia motivo para pânico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o mundo estava enfrentando uma pandemia provocada pelo coronavírus.

No mês seguinte ao primeiro caso, mais especificamente no dia 12 de março, ocorreu a primeira morte de Covid no Brasil. Apesar do posterior aumento de casos e mortes no país, Bolsonaro minimizou a doença e sempre a tratou como uma "gripezinha".