Estreou na Netflix [VIDEO] na sexta-feira (30) o filme “O Último Mercenário”, produção francesa escrita e dirigida pelo cineasta David Charhon. A produção inaugura a parceria entre o astro de filmes de ação das décadas de 1980 e 1990, Jean-Claude Van Damme, e a gigante do streaming.

O longa-metragem ainda tem no elenco jovens destaques do audiovisual da França, como Alban Ivanov, Assa Sylla e Samir Decazza. Integram também o time nomes laureados do Cinema francês, como Miou-Miou, vencedora do Prêmio César na categoria Melhor Atriz, e Michel Cremades.

A história

Na trama, Van Damme interpreta Richard Brumère, um ex-agente do serviço secreto francês que se transformou em um mercenário. Ele retorna quando a imunidade que foi concedida para seu filho Archibald (Decazza) é suspensa por engano, o que acaba por revelar que o nome do jovem de 25 anos está sendo usado por uma máfia internacional.

Brumère então volta para salvar a vida do rapaz, que não sabe que o mercenário é seu pai. Para ajudar nessa missão, o veterano conta com a ajuda não de mercenários treinados como ele, mas de um casal de irmãos, amigos de Archibald, além de um atrapalhado burocrata. Essa turma irá aprontar muitas confusões.

Os bons tempos estão de volta

Jean-Claude Van Damme na década de 1980, e na seguinte, era apontado como o sucessor natural dos astros de ação Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger.

Enquanto os supracitados astros de filmes de ação ganharam rios de dinheiro com produções para o cinema, Van Damme acabou se tornando igualmente um ícone pop, mas por suas produções baratas que o tornaram um rei dos filmes para locadoras de vídeo.

O ator misturava seu conhecimento em artes marciais com técnicas de ballet, como o seu tradicional espacate.

Para alegria dos fãs, Jean-Claude mostra que aos 60 anos ainda está em forma. O ator também é conhecido por suas atuações galhofeiras, quase canastronas.

O cineasta David Charhon faz uma comédia de ação que em nenhum momento esconde que sua principal intenção é homenagear seu protagonista. Van Damme se diverte (e diverte o público) com suas aberturas de pernas e dancinhas lendárias.

O problema é que o filme não vai além disso, o roteiro não entrega aos atores boas piadas e não se preocupa em construir os relacionamentos entre os personagens.

A trama até sugere que há um certo clima de romance entre os personagens de Samir Decazza e Assa Sylla, mas isto é mostrado tão rapidamente que dificilmente o público irá se importar com isso, até que, em seu final extra, o filme mostra uma cena surpreendente envolvendo os dois personagens. O roteiro também deixou passar uma ótima oportunidade de explorar a dinâmica entre os personagens de Van Damme e Assa Sylla, em que a jovem parecia que poderia se tornar uma aprendiz do mercenário veterano.

A nova produção da Netflix no final das contas se trata apenas de um filme B que se sustenta apenas por causa da presença de Jean-Claude Van Damme. Agora, é esperar para ver se a plataforma de streaming irá produzir uma continuação da saga desses personagens, como deixa a entender os finais extras da produção.