A Netflix [VIDEO] adicionou recentemente ao o seu catálogo “Irmã Morte” (Hermana Muerte), a esperada prequel do filme de terror “Veronica”, produção de 2017 dirigida pelo espanhol Paco Plaza. O cineasta volta àquele universo na produção que se passa décadas antes do filme de 2017 para tentar explicar a origem dos eventos macabros que destruíram a vida da personagem interpretada por Sandra Escacena.

O início

A trama tem seus momentos inicias em 1939, quando é mostrada a protagonista Narcisa ainda criança em um pequeno vilarejo sendo cultuada pelos habitantes daquela comunidade, ela é conhecida como a “menina santa de Peroblasco”.

Dez anos se passam e o filme mostra Narcisa (Aria Bedmar), agora uma jovem noviça que se acredita possuir poderes sobrenaturais, chegando em um convento que se transformou em uma escola para meninas para trabalhar como professora. Ao longo dos dias, estranhos acontecimentos começam a perturbar a protagonista e ela vai investigar os segredos que aquele convento guarda.

“Irmã Morte” é extremamente competente em construir uma atmosfera de tensão crescente em um ritmo cadenciado, sem abusar dos jump scares, os sustos são utilizados de maneira cirúrgica na produção, que até mesmo parece brincar com a situação ao sugerir que tal recurso seria utilizado para depois frustrar a expectativa do espectador.

A trama em alguns momentos pode dar a impressão que se trata de um terror psicológico, mas ao longo do filme fica claro se tratar de uma trama com eventos sobrenaturais. `

Paco Plaza mais uma vez consegue fazer algo marcante no gênero terror, o filme tem agradado aos assinantes da Netflix e também conseguiu arrancar elogios da crítica especializada.

“Irmã Morte” também utiliza uma característica comum no gênero terror, a inclusão de temas sociais.

Assim como os filmes “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno”, ambos do cineasta mexicano Guilhermo Del Toro, o novo filme de terror da Netflix também tem como pano de fundo a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), como fica claro nos momentos iniciais de “Irmã Morte”, além disso, o filme também não deixa de falar sobre a culpa cristã oriunda de uma rígida régua moral distorcida pelo catolicismo de décadas atrás.

O próprio Plaza já havia feito algo similar em outra obra marcante de sua filmografia, o filme “[Rec]” (2007) um dos filmes de terror mais influentes dos últimos anos em que são utilizados zumbis e found footage para mostrar os preconceitos da sociedade. Se existe algo desnecessário em “Irmã Morte” foi seu epílogo que fez questão de conectar o longa-metragem à “Veronica”, o que não fez nenhum sentido para quem não viu o filme anterior, que também está no catálogo da Netflix.