A Netflix estreou na sexta-feira (27) o filme “Máfia da Dor” (Pain Hustlers), que tem no elenco nomes conhecidos do grande público: Emily Blunt, Chris Evans, Catherine O’Hara e Andy Garcia. A produção é dirigida pelo cineasta britânico David Yates, que tem no currículo “Harry Potter e a Ordem da Fênix” (2007) e os seis filmes do bruxo posteriores à Ordem da Fênix. O diretor de 60 anos também ficou encarregado da franquia “Animais Fantásticos”. Ele também dirigiu “A Lenda de Tarzan” (2016). O roteiro de “Máfia da Dor” é do estreante Wells Tower, que se inspirou no livro homônimo de Evan Hughes, o livro é um best-seller que já vendeu mais de 20 milhões de exemplares.

Do que se trata

A produção de pouco mais de duas horas é baseada em uma história real e é ambientada na Flórida no ano de 2011 e acompanha a trajetória de Liza Drake, a protagonista interpretada por Emily Blunt é uma mulher que já passou por diversos empregos e não conseguiu se estabilizar financeiramente, ela também é separada e luta para conseguir cuidar da filha adolescente que tem um sério problema de saúde.

A trama tem início quando Liza está trabalhando em um clube adulto e conhece Pete Brenner (Chris Evans), um representante farmacêutico de ética duvidosa. Brenner oferece a Liza um emprego e logo os dois formam uma parceria de sucesso que lança no mercado o Lonafen, um analgésico que não obedece às diretrizes do FDA, e promete alívio para a dor, porém provoca uma devastadora onda de dependência.

Com esta jogada, eles conseguem tirar a empresa em que trabalham de um iminente processo de falência para uma posição de destaque na indústria farmacêutica.

A personagem Liza Drake é, na verdade, a reunião de elementos de várias pessoas que estiveram envolvidas na história verídica da Insys. A criação de Liza teve o intuito de criar uma conexão com o público, contou David Yates em entrevista ao site Adoro Cinema.

David Yates tinha tudo para realizar um filme memorável, um elenco talentoso e uma impactante história real que critica o capitalismo tardio ao falar das falcatruas da indústria farmacêutica nos Estados Unidos. Mas o cineasta não conseguiu dar uma unidade à produção, Yates escolheu um tom alucinado para contar a ascensão e queda da Insys, algo parecido com o que Martin Scorsese fez em “O Lobo de Wall Street” (2013) e optou pelo drama na hora de mostrar a complexidade da personagem de Emily Blunt.

Mesmo com um rendimento fraco, “Máfia da Dor” ainda tem potencial para fazer os espectadores refletirem sobre a realidade da indústria farmacêutica nos Estados Unidos. Curiosamente, a Netflix estreou há pouco tempo outra obra que também fala sobre a crise dos opioides no país da América do Norte, a minissérie “A Queda da Casa de Usher” baseada no conto de Edgar Allan Poe.