Estreou na Netflix [VIDEO] na última quinta-feira (4) o filme “A Sociedade da Neve” (La Sociedad de la Nieve). A produção espanhola foi feita em parceria com Uruguai e Chile e tem direção do espanhol Juan Antonio Bayona. O roteiro foi escrito pelo próprio Bayona em parceria com Bernat Vilaplana, Jaime Marques e Nicolas Casariego. O longa-metragem de duas horas e vinte e cinco minutos teve como inspiração o livro homônimo escrito em 2008 pelo jornalista uruguaio Pablo Vierce, que também é um dos produtores do filme. Uma curiosidade é que um dos sobreviventes da tragédia, Carlitos Páez, interpreta Carlos Páez Vilaró, seu pai.

História real

O novo filme da Netflix contra o drama real ocorrido no início da década de 1970 quando no dia 13 de outubro de 1972 um voo que partiu do Uruguai bateu em uma geleira nos Andes. Apenas 29 dos 45 passageiros sobreviveram ao acidente. A queda do Voo Força Aérea Uruguaia 571 deu início a um dos mais notórios feitos de sobrevivência na história da América do Sul. O acidente ficou conhecido como "a tragédia dos Andes". A história já havia inspirado o filme “Vivos” (1993), de Frank Marshall, e o documentário “A Sociedade da Neve” (2008), do cineasta uruguaio Gonzalo Arijón. Também em 2008 foi escrito o já citado livro de Pablo Vierce.

O voo contava com 40 passageiros e 5 tripulantes. A maioria dos passageiros eram jovens do time de rugby Old Christians Club e também embarcaram no avião parentes e amigos dos atletas.

O voo que partiu da capital do Uruguai, Montevidéu, tinha como destino Santiago, no Chile, para a equipe disputar uma partida contra uma equipe inglesa.

Sensibilidade

Contando com um elenco numeroso, o diretor conhecido como J. A. Bayona optou por contar a mais conhecida tragédia aérea da América Latina sem ter exatamente um protagonista.

Bayona em toda a duração do filme procura enaltecer a força daquele grupo, até mesmo nas cenas anteriores ao acidente, quando é mostrado, brevemente, a união daqueles jovens, seja como time ou em suas relações com amigos e parentes.

Talvez o ponto mais delicado a ser lidado nessa história tão conhecida tenha sido a questão da antropofagia.

O cineasta trata o tema com o maior cuidado. Nos primeiros momentos em que questões morais são levantadas pelos sobreviventes se deveriam ou não se alimentar da carne dos mortos, a câmera mostra o momento de maneira desfocada e ao longo do filme o ato acaba sendo mostrado de maneira mais “aceitável”, é como se o diretor quisesse mostrar por meio das imagens como os personagens estavam lidando com aquela situação, nos momentos iniciais eles se recusaram a cometer tal ato, mas com o passar do tempo eles entenderam que somente se fizessem aquilo eles teriam chance de sobreviver.