O jornalista Ricardo Boechat morreu na segunda-feira (11), após o helicóptero em que ele viajava de Campinas para São Paulo cair próximo a uma alça de acesso do Rodoanel para a Rodovia Anhanguera. Nesta sexta-feira (15), a GloboNews teve acesso e divulgou o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
Segundo o documento, o apresentador da Band News FM e da Band TV morreu em decorrência de politraumatismo, que são traumas em diversas partes do corpo. Os exames não encontraram sinais de fuligem na traqueia nem nos pulmões de Boechat.
Além disso, o monóxido de carbono tinha uma dosagem abaixo de 10% de carboxihemoglobina no sangue do jornalista.
Tudo isso, segundo o IML, indica que ele já havia morrido antes de ser exposto ao gás. O exame apontou sinais de traumatismo abdominal e torácico.
O acidente envolvendo Ricardo Boechat teve grande repercussão nacional. Na segunda-feira pela manhã, ele apresentou o Jornal da BandNews FM e, em seguida, viajou para Campinas, onde apresentaria o evento de uma empresa farmacêutica. Ele voltaria para almoçar em casa. À noite, apresentaria o "Jornal da Band", na TV. A volta, porém, não aconteceu.
O helicóptero pilotado por Ronaldo Quattrucci apresentou problemas - ainda não identificados -, o piloto tentou realizar um pouso forçado na rodovia, mas não conseguiu. A aeronave se chocou com um caminhão e pegou fogo.
O piloto morreu. Já o motorista do caminhão teve ferimentos leves.
A câmera de segurança da CCR Rodoanel registrou o momento do acidente. As imagens impressionantes mostram o helicóptero perdendo altitude e passando entre dois viadutos do Rodoanel Mário Covas sobre a Rodovia Anhanguera.
O caso foi registrado no 46º Distrito Policial (DP), em Perus, como desastre aéreo e morte acidental.
De acordo com o delegado Luiz Hellmeister, o que ocorreu foi uma fatalidade.
Comoção nacional
A morte de Ricardo Boechat causou grande comoção em todo o Brasil. O jornalista era muito querido por suas opiniões polêmicas, bem embasadas e também pelo bom humor. Boechat deixou mulher e seis filhos. Quatro do primeiro casamento e duas meninas mais novas, de 10 e 12 anos, da relação com Veruska Seibel Boechat.
O velório do corpo de Boechat foi feito no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. O público em geral pôde ir até o local para se despedir do jornalista, além de colegas de profissão e familiares. A cerimônia de cremação foi reservada e contou apenas com a presença de familiares e amigos muito próximos.