“A pessoa viciada em jogos ela não inala, não bebe, não injeta nada de ilícito, mas ela tem a mesma compulsão, a mesma abstinência do que um viciado em crack”, disse o escritor Rogério Formigoni em uma participação especial na novela “Topíssima”, da Record TV.
Na cena, o escritor se dirigiu diretamente aos jovens em uma sala de aula, explicando sobre os diversos tipos de vícios que estão afetando a juventude na atualidade, como os jogos online, por exemplo. Uma pesquisa realizada pelo PayPal e SuperData revelou que 82% dos jovens e adultos brasileiros jogam games via celular.
“É provável que o jogador demore a perceber que o lazer virou um vício em sua vida. Mas chega um momento em que, o que antes era divertido, passa a ser uma obrigação, afetando consequentemente diversas áreas da sua vida”, disse o escritor.
Formigoni enfatizou aos personagens, que são alunos ficcionais da Universidade Alencar, que é possível se livrar definitivamente dos vícios, seja ele qual for, e que “ficar limpo só por hoje” é a fala de um viciado e não de um ex-viciado. “A pessoa que fala isso, ainda deseja a droga, ela luta, se segura, se reprime, mas no primeiro deslize emocional que ela tiver, voltará a usá-la”, afirmou.
O autor do livro “A Última Pedra” também é o responsável pelo programa social Vício tem Cura, grupo de apoio aos dependentes e codependentes químicos.
Sua história de superação aos vícios tem ajudado pessoas no mundo inteiro a se libertarem de dependência química, jogos. “Eu vivi o inferno do vício e eu não sou um adicto em recuperação. Eu estou curado! ”, finalizou Formigoni.
Sintomas de vício em games
Segundo especialistas, o vício em games é caracterizado pela priorização do jogo em perdas a outras funções básicas do cotidiano como:
- Deixar de comer para jogar ou realizar todas as refeições em frente ao computador/televisão.
- Faltar na escola ou no trabalho para jogar
- Trocar a companhia de um familiar ou amigos para jogar
- Deixar de cuidar da higiene pessoal
- Comprometer o horário de sono para jogar mais
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o vício em jogos eletrônicos como um transtorno mental, ficando ao lado de distúrbios como o alcoolismo e vício em apostas.
Saiba mais sobre o programa social
O trabalho do Vício Tem Cura é desenvolvido em todo o Brasil e em mais de 60 países. O grupo também promove eventos nas escolas com o objetivo de alertar sobre os riscos do consumo de drogas.
Recentemente, os voluntários da África do Sul fizeram palestras para mais de 90 mil alunos em importantes escolas do país africano.
O grupo oferece em seus eventos uma equipe especializada para fazer o acompanhamento dos dependentes e de seus familiares. Só em 2018, mais de 3 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa social.