A atriz Regina Duarte deixou o cargo de secretária especial da Cultura do Governo Jair Bolsonaro (sem partido). A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (20), durante o café da manhã com o presidente. A atriz foi designada para assumir o comando da Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Para ocupar a pasta, o presidente Jair Bolsonaro conversa com o ator Mário Frias, um dos cotados para assumir a Cultura brasileira.

Jair Bolsonaro chegou a comentar sobre o afastamento da atriz do cargo de Secretária Especial de Cultura. O presidente justificou a saída dizendo que ela estava com saudades da vida familiar e que, para o bem dela, seria boa a sua substituição.

Novos projetos de Regina Duarte

Regina Duarte tem 73 anos e vai continuar a colaborar com o governo. Ela havia deixado a Rede Globo para assumir o cargo. Tomou posse em março deste ano. Desde então, não apresentou qualquer projeto que pudesse ser eficiente ou estivesse em concordância com o que pretende o presidente da República. Apesar disso, ela contesta os críticos e promete apresentar vídeos sobre o seu legado junto à Cultura.

O desgaste da ex-atriz global à frente da pasta foi marcado por declarações e oposições. Segundo algumas fontes, ex-aliados da atriz se desentenderam com ela após Regina Duarte ter dado uma entrevista a emissora CNN. Essa entrevista chegou a ser interrompida, com a atriz reclamando muito da postura dos jornalistas.

Antes de deixar o cargo, a atriz chegou a ser aconselhada a passar por um treinamento especial e aprender como deveria responder a perguntas de jornalistas, o chamado media training. Porém, ao invés de o curso ter sido programado por um profissional de comunicação, a ideia era chamar um especialista em assuntos jurídicos. Desse modo, a atriz seria treinada para responder questões jurídicas dos repórteres.

Regina Duarte e os desentendimentos

Outro problema enfrentado por Regina Duarte foi o seu posicionamento em relação aos colaboradores de esquerda que ainda ocupam cargos chave no sistema de cultura brasileira. Os aliados do governo não gostaram da permanência desses militantes na estrutura da Secretaria Especial da Cultura.

E não foi só esse o problema enfrentado pela "namoradinha do Brasil" durante a sua passagem pelo governo federal. Regina Duarte enfrentou divergências com o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo. Ela tentou afastá-lo do cargo, mas Camargo, um aliado de Bolsonaro, foi mantido pelo presidente, fato que foi considerado uma "fritura" da ex-secretária.