O protesto antirracista e pró democracia, marcado para domingo (7), não contará com a presença do Rapper Emicida.
Os protestos seguem a tendência internacional de protestos antirracistas movidas pelo assassinato de um homem negro, (George Floyd) pela polícia estadunidense.
Em vídeo publicado no Twitter e também no seu Instagram, Emicida explica os motivos, entre eles o perigo de contaminação devido à pandemia de coronavírus, e possíveis atitudes arbitrárias do governo.
Emicida fala sobre o aumento dos números de morte e contágio que chegam a 35 mil, e diz que a irresponsabilidade e falta de prudência de quem deveria conduzir o Brasil para um lugar melhor, ainda matará muita gente.
"Qualquer aglomeração agora, por mais legítimos que sejam nossos motivos, é pular na ciranda da necropolítica e levar uma onda de contágio pior do que essa que já está dentro das comunidades onde vive quem a gente ama. Isso é parte do plano deles", disse o rapper.
Rapper relembra manifestações de 2013
Relembrando as manifestações que ocorreram em 2013 no Brasil, Emicida pede a criação de uma base política para superar o racismo.
Ele questiona se temos poder de organização o suficiente para barrar possíveis infiltrados, que têm como objetivo arrastar uma causa legítima. "Meu questionamento para quem está legitimamente frustrado e cheio de ódio é: qual é o nosso potencial de organização hoje para barrar uma pá de infiltrado que pode colar e arrastar uma causa legítima? E jogar para o ralo toda a sua indignação", disse.
Emicida também mencionou a arbitrariedade do sistema Brasileiro, que pode chegar ao nível máximo, e que a imprensa Brasileira é bem conhecida por todos. Ele disse que as capas não trariam os infiltrados estampados nas manchetes, e citou que manifestação não é micareta. "Se a gente entrar na dança dos caras, sabemos quem vai sofrer.
A gente sabe em que lugar e com que tipo de pessoa que o sistema brasileiro faz a sua arbitrariedade alcançar níveis máximos", disse.
Em meio às críticas ao governo e ao estado Brasileiro, o Rapper pede para que a população negra estude o histórico de repressão do país, antes de fazer qualquer coisa. "Hoje nós não temos organização para isso, manifestação não é micareta. Quem acha que a estrutura racista do Brasil vai ser desligada como se fosse um interruptor está viajando na maionese", disse.
O vídeo causou diversas reações nas redes sociais, alguns internautas se manifestaram a favor do músico, entendendo e apoiando o seu posicionamento. Uma outra parcela chegou a pedir para ele estudar, e também aprender a se organizar.