Uma reviravolta no caso Pesseghini pode dar outro rumo a história do adolescente de 13 anos que teria assassinado seus pais militares, sua avó e sua tia-avó em agosto de 2013, na casa onde a família morava, na Zona Norte de São Paulo. Os avós paternos de Marcelo Pesseghini decidiram levar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) um laudo emitido por um perito dos EUA no qual consta que as imagens utilizadas pela Polícia para concluir o caso foram manipuladas.

A Polícia Civil do estado utilizou imagens capturadas por câmeras de segurança da região onde a família morava para concluir que o adolescente foi o responsável pelo assassinato da família e depois se suicidou.

Parentes discordam da conclusão do caso, e com o objetivo de provar a incoerência das investigações, contrataram um perito norte-americano para analisar as filmagens. De acordo com o documento emitido pelo investigador, alguns frames da gravação que mostravam o momento em que Marcelo saia do carro da mãe em direção a sua escola sumiram.

Segundo informações do Portal G1, os cerca de 42 segundos ausentes no vídeo podem comprovar que o adolescente não estava sozinho ao chegar na escola, o que pode mudar completamente o rumo da história. Vizinhos de Marcelo disseram à reportagem que existe um boato paralelo às investigações no qual algumas pessoas acreditam que a família tenha sido assassinada por outros militares.

O caso

Marcelo Pesseghini morava com seu pai, o sargento Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos; a mãe, a cabo Andréia Bovo Pesseghini, de 36; a avó materna, Benedita de Oliveira Bovo, 67; e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, 55. Eles foram encontrados mortos na casa do adolescente com marcas de tiros pelo corpo. De acordo com o laudo de balística, os disparos partiram da arma da própria mãe do jovem.

Segundo as investigações da Polícia Civil, Marcelinho, como era conhecido por amigos e familiares, sofria de um distúrbio mental, responsável por desenvolver ideias delirantes.

Ele costumava jogar games violentos, como o Assassins Creed, que conta a história de um assassino de aluguel. Marcelo chegou a mudar a foto de seu perfil no Facebook por uma imagem do personagem principal do jogo e ainda utilizava roupas semelhantes ao do assassino do game.

O adolescente teria disparado contra seus familiares durante a madrugada, dormido no carro da mãe e, na manhã seguinte, pegou o veículo e foi dirigindo para sua escola, que fica a 5 km de sua casa. Chegando lá ele havia contado aos colegas de classe o que teria feito com os pais, mas ninguém acreditou no menino. Após a aula, ele voltou para sua casa e se matou.

Os avós paternos da criança disseram não acreditar na versão dada pela polícia, por isso decidiram correr atrás de provas que pudessem comprovar a inocência de Marcelinho e dar continuidade às investigações para descobrir quem realmente foi o culpado pela chacina da família. Na vizinhança onde a família morava, ninguém acredita na versão final de polícia, o que colabora para que os parentes do garoto siga em busca da verdade.