Vestidas como anjos, cerca de 200 pessoas se colocaram do lado de fora de onde ocorria o velório de uma das vítimas do ataque à boate Pulse, em Orlando. Usando roupas de linho branco feitas por voluntários do departamento de figurino doOrlando Shakespeare Theater, eles agiram como verdadeiros anjos-da-guarda, impedindo que manifestantes da Igreja Batista de Westboro atrapalhassem o funeral de Christopher, que tinha 32 anos.
Além disso, Wesley Wizner segurava uma grande tela de arco-íris, também do lado de fora, para ajudar os "anjos" com a barreira."Fizemos a maior tela que conseguimos porque não sabíamos onde seria o funeral, então queríamos ter certeza de que poderíamos bloquear as placas do Westboro", contou.A polícia foi acionada e retirou os manifestantes da igreja do local, o que levou à comemoração dos que ali estavam.
A igreja de Westboro é conhecida nos Estados Unidos por seu fanatismo e por constantemente promover manifestações contra grupos condenados por suas crenças - dentre eles, o maior alvo é a comunidade LGBT. Membros da igreja disseram que o atirador foi enviado por Deus e que as próprias vítimas eram culpadas pelo que lhes aconteceu.
Não só Westboro, mas outras igrejas também se posicionam contra LGBTs e dois pastores chegaram a elogiar o ataque à casa noturna em Orlando.
O pastor Roger Jimenez, da Igreja Batista Verity, em Sacramento, disse, em sermão, que os cristãos não deveriam "estar lamentando a morte de 50 sodomitas". Ele afirmou ainda que achava ótimo o que tinha acontecido, pois aquilo era uma ajuda à sociedade e que Orlando havia se tornado um pouco mais segura.
Jimenez acrescentou que a única coisa pela qual estava triste era que o número de vítimas não tinha sido maior.
Dave Daubenmire, ativista e evangelista conservador, falou, em seu programa para o canal Bible Talk, que o diabo havia sacrificado "membros do seu próprio time" como uma estratégia para o governo do país caçar cristãos da direita e lhes tirar suas armas, para que eles não tivessem saída a não ser a de "se curvar para o islamismo".
No Brasil, o pastor e deputado Marco Feliciano criticou o movimento LGBT que, segundo ele, estaria usando o ataque para se promover, como "se a razão desteataque fosse apenas homofobia".