Uma equipe de cientistas europeus revelou um modelo científico surpreendente, apontando que muito provavelmente a Terra está prestes a entrar em uma pequena era glacial, a começar na década de 2030-2040.
O Sol é a principal força motriz por trás das dinâmicas climáticas - não só da Terra, mas de todos os planetas que compõem o Sistema Solar. Acontece que existem variações na intensidade com que o Sol pode afetar o clima, já que apresenta ciclos de máxima e mínima atividade, que podem ser evidenciados devido a quantidade de manchas solares que surgem na superfície estelar.
Como o próprio nome já diz, essas variações são conhecidas como Ciclos Solares, e duram aproximadamente 11 anos, em média. Atualmente, a Terra está no Ciclo 24, assim denominado por ser a vigésima quarta vez em que a humanidade presencia este fenômeno, desde que seus registros começaram.
O que chama a atenção no ciclo atual é que o Sol está apresentando uma atividade muito abaixo do que foi constatada nos ciclos anteriores, e a previsão é de que continue a diminuir, em até 60% do que está nos níveis atuais, quando chegar ao Ciclo 26. E isso refletiria diretamente no clima terrestre, na forma de uma pequena era glacial.
Este modelo climático vai de encontro com o que ativistas ambientais vêm afirmando, de que o planeta está cada vez mais quente, e que as calotas polares estejam derretendo irremediavelmente.
Resfriamento global
O novo e interessante modelo climático foi apresentado na reunião anual da British Royal Astronomical Society, no Reino Unido, onde a professora da Universidade de Northumbria, Valentina Zharkova, afirmou que um ciclo solar tão fraco quanto o atual não é presenciado desde o século XVII, e que o modelo apresentado pelo time de cientistas possui uma precisão de 97%.
De fato, entre os anos de 1645 e 1715, as temperaturas globais caíram tanto devido à baixa atividade solar, que o planeta todo experimentou um resfriamento. Este período ficou conhecido como Mínimo de Maunder, onde o rio Tamisa, em Londres, por exemplo, ficou completamente congelado.
A professora Valentina não é a primeira a divulgar a teoria.
Em 2007, o astrofísico russo Habibullo Abdussamatov alertou que havia encontrado evidências de que não só a Terra havia experimentado um aquecimento atmosférico durante o século XX, já que o planeta Marte havia sofrido fenômeno semelhante, por influência direta dos ciclos solares.
O cientista previu também que haveria uma diminuição significativa da atividade solar nas décadas seguintes, e, consequente, resfriamento global. Na visão de Abdussamatov, o aquecimento global é um fenômeno natural, diretamente influenciado pelo Sol.
Recentemente, um novo estudo divulgado pela NASA parece corroborar esta teoria do resfriamento global, pois afirma que, ao invés de diminuir, a área de cobertura de neve do Polo Sul está aumentando.
No período analisado, de 1992 a 2008, segundo dados de satélite, a camada de gelo da Antártida ganhou massa a uma taxa de 200 bilhões de toneladas de gelo por ano, enquanto perdeu somente cerca de 65 bilhões de toneladas de massa no mesmo período, devido a variações de temperatura.