Duas histórias com o mesmo desfecho e com o mesmo protagonista ilustram bem como o mundo animal reserva surpresas e manda um aviso para os mais incautos: é preciso muito respeito e prudência.
Esses relatos aconteceram no mesmo continente, a África, e envolvem os grandes e nem sempre pacíficos elefantes. Principalmente quando ameaçados ou instigados pelo perigo ou pela fúria.
Ringue no próprio mundo animal
A primeira história origina-se de um vídeo postado nas redes sociais mostrando a ação de uma elefanta pisoteando um crocodilo num riacho localizado na Zâmbia.
A atitude do mamífero, bem maior do que o réptil, não é gratuita.
É que ela já tinha detectado a possibilidade de o crocodilo devorar uma manada de filhotes que passava perto dali, na savana africana. Faminto, ele estava à espreita para dar o bote, pois já perseguia bem de perto um de seus alvos pequeninos.
No vídeo, postado por um turista dinamarquês que fazia um safari, observa-se o ataque dotado de impiedade sobre o crocodilo. O autor do vídeo acha que o filhote ameaçado pertencia à prole da elefanta “assassina”. O palpite é que ela esteja em fase de amamentação.
O gesto corajoso foi aplicado a um animal que se estima em 3 metros de comprimento. Mesmo agonizado, no final do vídeo, vê-se que a elefanta levanta o crocodilo para o ar no intuito de ter a certeza de que o predador está morto.
Apesar de viralizar neste mês de outubro, o embate violento aconteceu há dois meses, em agosto.
Força e desproporção
O outro caso de ataques de elefantes envolveu um caçador ilegal (portanto, um homem) que atuava no Parque Nacional Kruger, na África do Sul.
Segundo informações fornecidas pelo porta-voz do Parque, Isaac Phaahla, um elefante matou o caçador por atropelamento.
A fatalidade aconteceu na quinta-feira, 21/10, mas só foi divulgada no dia seguinte, durante uma expedição de prevenção e combate à caça ilegal.
O corpo do homem estava bem mutilado e, ao que tudo indica, após um estouro da manada de elefantes, os comparsas o abandonaram e fugiram do local. O azarado se viu frente a frente com o seu único e gigantesco algoz.
A vítima tinha um telefone celular, o qual foi recuperado pelos guardas florestais do Parque e levado à polícia sul-africana, com o objetivo de identificar outras pessoas do bando ou que pratiquem o crime de caça ilegal.
Hans Henrik Haahr, o turista dinamarquês da primeira história, disse em entrevista que “os elefantes são geralmente Animais pacíficos e extremamente cuidadosos. Entretanto, as fêmeas podem se tornar muito agressivas ao proteger um filhote. Na verdade, os elefantes machos podem ser igualmente agressivos.”
Observação
Cerca de 10 dias atrás, um turista de 71 anos foi atacado por uma elefanta, quando faziam um safári no norte do Zimbábue. Seu filho de 41 anos conseguiu escapar, apesar de ambos estarem a uma distância de 120 metros do carro estacionado.
A vítima era um veterinário e frequentador da região, mas foi espezinhada até a morte.
Não se pode ter mais dúvidas com relação à memória do elefante; realmente ela é bem viva e, aos que pensam que os elefantes são dóceis, o melhor, de acordo com estas narrativas, é ficar a uma distância segura, sentir a fofura de um elefante de pelúcia e se contentar com a graciosidade do filme “Dumbo”. A Natureza, ultimamente, não está para brincadeira ou chamego.