O médium João Teixeira de Faria, conhecido mundialmente como João de Deus, está no centro de uma grande polêmica. O homem está preso acusado de ter abusado de diversas mulheres. Agora, sua situação pode ficar ainda maior se as denúncias feitas pela ativista Sabrina Bittencourt forem provadas.

Sabrina, uma das principais denunciantes dos crimes atribuídos a João de Deus, publicou um vídeo em que faz várias denúncias contra o médium que realizava cirurgias espirituais na cidade de Abadiânia, interior do estado de Goiás, há algumas décadas.

A publicação foi compartilhada nas redes sociais.

Sabrina afirma que descobriu uma rede de tráfico de bebês chefiada pelo líder espiritual. Não para por aí. A ativista também alega que havia uma rede de prostituição envolvendo garotas de 14 a 18. A maioria delas, segundo a denúncia, era negra e de baixa renda. As jovens eram usadas como escravas sexuais.

Segundo Sabrina, ela conseguiu contato com mães que teriam adotado as crianças que faziam parte da rede de adoção ilegal. De acordo com Sabrina, os contatos foram feitos em três continentes. Ela pediu ajuda das autoridades para apurar melhor o esquema.

Sabrina afirma no vídeo que está rodando pela internet que as mães adotivas pagavam uma alta quantia para ter uma criança. Há casos em que foram vendidos por 20 mil doláres, cerca de R$ 74 mil.

Em outros, o valor chegou a 50 mil dólares, equivalente a R$ 185 mil. As vendas teriam acontecido na Europa, Austrália, país localizado na Oceania, e Estados Unidos.

Sabrina garante também que cidadãos de Abadiânia e ex-funcionários de João de Deus estariam fartos de serem coniventes com a quadrilha comandada pelo médium. Antes das denúncias, João de Deus era um dos espíritas mais respeitados do Brasil e conhecido em todo o mundo.

Celebridades internacionais já foram à Abadiânia visitá-lo. O caso mais famoso é da apresentadora Oprah Winfrey.

Esquema envolvia dinheiro

Sabrina Bittencourt afirma que a quadrilha se aproximava de mulheres jovens e fazia uma oferta em dinheiro. Para receber a quantia combinada, elas tinham que ser escravas sexuais em um garimpo ilegal que pertencia ao médium.

Os garimpos estariam localizados na região norte de Minas Gerais e também em Goiás.

Das relações entre as escravas com os homens nasciam os bebês que seriam vendidos no exterior. Segundo Sabrina, as meninas engravidavam em troca de comida porque eram muitos pobres. Ela afirma que centena de meninas foram escravizadas durante anos. Depois de 10 anos parindo, explicou Sabrina, as jovens eram mortas. Sabrina diz ter muitos relatos, mas garantiu que precisa de mais provas.