Três anos após tragédia de Mariana, o estado de Minas Gerais voltou a viver nesta sexta-feira (25), o pesadelo do rompimento de uma Barragem da Vale. Desta vez, a tragédia aconteceu na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. No início da noite, os bombeiros afirmaram que já haviam sido encontrados sete corpos. As autoridades estimam que há pelo menos 150 pessoas desaparecidas.

Também foi informado que sete pessoas foram resgatadas com vida do meio da lama, e cerca de 100 pessoas, que haviam ficado ilhadas, também já foram resgatadas.

Os rejeitos que estavam na barragem atingiram um prédio administrativo da companhia e também o refeitório, onde havia funcionários, além de parte de uma pequena comunidade que ficava nas proximidades. Imagens captadas por helicóptero mostram um rastro de destruição e lama. O resgate das vítimas pôde ser feito somente por transporte aéreo, uma vez que as estradas que dão acesso ao local estão interditadas.

Parte de uma ponte por onde passa uma linha férrea aparentemente foi destruída por conta do mar de lama.

Vagões de trem e tratores foram arrastados e ficaram empilhados. A Agência Nacional de Águas (ANA) disse que essa onda de rejeitos deverá percorrer cerca de 200 quilômetros até ser amortecida pela barragem da usina hidrelétrica de Retiro Baixo.

Moradores da parte mais baixa da cidade estão sendo retirados de suas residências. Alguns disseram que não ouviram a sirene alertando sobre o rompimento. Cidades à margem do Rio Paraopeba temem contaminação.

A cidade de Três Marias ficou em alerta por conta do risco dos rejeitos chegarem até sua represa, o que deve ocorrer por volta da zero hora deste sábado. Responsável pela represa, a Cemig confirmou que monitora o andamento da lama.

Bolsonaro irá até Brumadinho

O presidente Jair Bolsonaro informou que neste sábado irá até Brumadinho para ver de perto a situação e já determinou a abertura de dois gabinetes de crise. O chefe do executivo também já enviou para a cidade, os Ministros do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Regional e o de Minas e Energia, bem como o Secretario Nacional de Defesa Civil. Ele disse também que a maior preocupação é “atender eventuais vítimas desta grave tragédia”.

Em entrevista a uma rádio de Brumadinho, Bolsonaro preferiu não apontar responsáveis pela tragédia, mas afirmou que “algo está sendo feito errado ao longo dos tempos”.