Dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu na última sexta-feira, deixando 65 mortos até o momento e quase 300 desaparecidos, foram presos na manhã desta terça-feira (29), em São Paulo, além de três funcionários da Vale, detidos em Minas Gerais. Os mandatos de prisão temporária têm validade de 30 dias e atenderam mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais.
As detenções dos engenheiros Makoto Namba e André Yum Yassuda ocorreram nos bairros de Moema e Vila Mariana, ambos na Zona Sul de São Paulo.
Eles foram encaminhados para a sede da Polícia Civil e ainda serão levados até a capital mineira.
Além dos engenheiros, outros três funcionários, que de acordo com as autoridades eram “diretamente envolvidos e responsáveis pelo empreendimento minerário e seu licenciamento”, foram presos na região metropolitana de Belo Horizonte.
A Polícia Federal de São Paulo também cumpre dois mandatos de busca e apreensão em empresas que prestam serviços à Vale, cujos nomes não foram revelados. As investigações buscam apurar se há indícios de fraudes nos documentos emitidos pela empresa atestando a segurança da barragem que se rompeu.
Logo após as detenções, a Vale emitiu uma nota, onde informou que está colaborando com as autoridades e contribuindo para a investigação e apuração dos fatos e prestando apoio incondicional às famílias dos atingidos.
65 mortos
O último balanço divulgado pelas autoridades elevou para 65 o número de mortos, sendo 31 já identificados. Ainda há 279 pessoas desaparecidas. Na segunda-feira (28), nenhuma pessoa viva foi encontrada, mas os bombeiros não descartam a chance de serem encontrados sobreviventes.
Nesta terça-feira (29), os trabalhos de buscas entraram em seu quinto dia e militares israelenses passaram a concentrar seus esforços no local onde se encontrava o refeitório da empresa, que foi arrastado pela correnteza de lama.
Como era hora do almoço no momento que a barragem se rompeu, havia muitas pessoas naquela área. Os trabalhos também seguem sendo feitos no segundo ônibus da Vale encontrado no meio da lama. Na segunda-feira haviam sido retirados dois corpos do veículo, mas ainda existem outras vítimas dentro dele.
A partir desta quarta-feira (30), os corpos resgatados da lama passarão a ser identificados no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte por meio de exames de arcada dentária e DNA.