Os dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem de Brumadinho-MG, a qual se rompeu na última sexta-feira, dia 25, causando um rastro de destruição na cidade, foram presos na manhã desta terça-feira (29), na zona sul de São Paulo. Os engenheiros trabalham na empresa TÜV SÜD, prestadora de serviços à Vale.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo Poder Judiciário do estado de Minas Gerais e cumpridos pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil paulista.
A justiça mineira também expediu mandados de prisão contra três funcionários da Vale, em Minas Gerais, responsáveis pelo empreendimento de minério e do licenciamento da empresa.
As prisões têm caráter temporário de 30 dias, no entanto, a justiça mineira poderá prorrogar uma vez mais por igual período.
As autoridades que cuidam do caso querem saber se os documentos que aprovam a segurança da barragem sofreram algum tipo de adulteração.
Atestado de segurança
Os investigadores responsáveis pela prisão dos engenheiros informaram que os dois tiveram participação direta no documento que atestou a segurança da barragem número 1 da Mina do Feijão, que se rompeu na última sexta-feira (25), na cidade de Brumadinho.
Na casa de Makoto Namba, um dos engenheiros presos na operação, um detalhe chamou a atenção dos policiais: o engenheiro preservou vários recortes de jornal com informações sobre a tragédia de Mariana, ocorrida em 2015.
A polícia também apreendeu cartões de crédito, computadores e extratos de contas bancárias do engenheiro no exterior.
A Vale do Rio Doce soltou uma nota afirmando que está colaborando com as autoridades. Na nota, a empresa faz referência aos mandados cumpridos nesta manhã.
"Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades.
A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas."
Na tarde desta segunda-feira (28), a empresa divulgou que irá doar R$ 100 mil para cada família atingida pela tragédia ambiental.
Mandado de busca e apreensão em empresas estão sendo cumpridos
Outros dois mandados de busca e apreensão ainda estão sendo cumpridos pela Polícia Federal em São Paulo, em operação conjunta com o Ministério Publico e Polícia Civil. O alvo são empresas prestadoras de serviços da Vale, no entanto, a justiça não divulgou o nome destas empresas.
A Justiça mineira não descarta novos pedidos de prisão contra outros funcionários ligados à segurança das barragens de Brumadinho.