A jovem Giselle Santana, de 22 anos, busca desesperadamente notícias de seu pai que desapareceu após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na última sexta-feira (25). O pai dela, de 58, chama-se Sebastião Divino Santana e a história de jovem ganhou o noticiário por conta de algo improvável que aconteceu na última terça (29). Apesar do homem estar desaparecido desde então, ela conseguiu encontrar o celular do pai intacto. Sebastião faz parte da lista dos mais de 250 desaparecidos desde a tragédia.
Segundo reportagem do G1, Giselle estava buscando informações nos locais oficias de auxílio às vítimas em Brumadinho, quando conheceu uma mulher que se prontificou em ajudar a encontrar o pai da jovem.
Pouco tempo depois, segundo ela, em cerca de 20 minutos, a ajuda veio. O crachá da Vale e o CPF do pai estavam dentro de um caminhão que não foi tomado pela lama.
Documentos e celular de homem desaparecido são resgatados intactos
Dentro do caminhão ainda estava o celular que foi resgatado intacto. Um homem que avistou os documentos e o aparelho quebrou o vidro do caminhão e resgatou os pertences do pai da jovem. O veículo estava estacionado na portaria da Vale e era utilizado no trabalho de Sebastião.
Segundo um colega do pai de Giselle, Sebastião estava indo almoçar no momento da tragédia. Cabe lembrar que o refeitório foi o local mais atingido e por conta do horário do rompimento, é onde a maioria das vítimas deve ser encontrada.
Os equipamentos israelenses que foram trazidos a Brumadinho conseguiram auxiliar os bombeiros a identificar o ponto onde os destroços do refeitório foram parar e desde então o número de corpos encontrados só aumenta. Em números oficiais, na última quarta (30), já eram 99 corpos encontrados e 57 foram identificados. O número deve ser maior, já que existem cerca de 250 desaparecidas e desde sábado não se encontra mais ninguém com vida.
Filha acredita que pai esteja vivo
Algo está intrigando a filha e a enchendo de esperanças. Como para entrar no local de alimentação, o pai precisaria do documento de identificação da Vale. Ela ainda crê que o pai possa ter visto a lama e saiu correndo mata adentro.
Sobre as doações de R$ 100 mil por vítima anunciadas pela Vale, ela disse que a quantia não trará seu pai de volta e, se a morte for confirmada, ela quer encontrar o corpo para dar um enterro digno e fazer com que a empresa seja processada judicialmente pela morte.
De todo modo, ela ainda acredita que o pai possa estar na mata, vivo e precisando de ajuda.