A manicure Maria Aparecida Vale, de 49 anos, acusa o Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), em Minas Gerais, de lhe ter operado o joelho errado. De acordo com a paciente, na última terça-feira (15), ela deveria ter passado por uma cirurgia no joelho esquerdo, porém foi o outro que sofreu a intervenção dos médicos, e ela acabou tendo os dois operados.

Após perceber o erro, a equipe médica operou o joelho correto. Na manhã desta quarta-feira (16), a paciente recebeu alta e deixou o hospital com os dois joelhos enfaixados e usando uma cadeira de rodas.

Ainda de acordo com a paciente, o joelho que era para passar pela intervenção havia sido sinalizado por uma enfermeira com um círculo. Mesmo assim os médicos se confundiram, e ela foi perceber o equívoco somente após passar o efeito da anestesia. Todos os os laudos médicos foram apresentados indicando que a cirurgia seria no joelho esquerdo.

“Como estava sedada, só vi a cirurgia errada quando acabou o efeito da anestesia", falou a mulher, que só descobriu o erro ao movimentar a perna e perceber a existência da faixa. A manicure disse ainda que o médico justificou o erro afirmando que a marca tinha se apagado, fato que ela questiona.

Uma advogada já foi contratada e pedirá indenização por danos materiais e morais e pela demora em fazer a cirurgia, que estava programada há oito meses, mas teve que ser remarcada quatro vezes desde então.

UFJF e Conselho Regional de Medicina se manifestam

A Universidade Federal de Juiz de Fora informou que na tarde desta quarta-feira (16) oficiou a Superintendência do Hospital Universitário para a apuração rigorosa sobre o que eles classificam como suposto erro médico. A UFJF disse ainda que estabeleceu em 2014 um contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, para realizar a gestão do HU.

Essa empresa é vinculada ao Ministério da Educação.

Já o Conselho Regional de Medicina orientou que a paciente pegue uma cópia do prontuário médico e faça uma denúncia na Delegacia do Conselho. Após receber esse registro, o órgão analisará as informações e abrirá sindicância.

Caso haja indícios de irregularidade, será aberto processo ético profissional e a punição poderá variar desde advertência confidencial até a cassação do direito de exercer a profissão. Esses procedimentos tramitam em segredo e podem durar até um ano.