Na tarde de ontem, uma jovem de 21 anos casou-se na cidade de Vilhena, Rondônia, que fica a cerca de 700 quilômetros de Porto Velho. Poderia até ser apenas mais um casamento na pequena cidade e ninguém notaria, mas o que chamou a atenção neste caso é que a garota em questão é Vânia Basílio Rocha, que foi presa por ter assassinado o ex-namorado a facadas durante uma relação.
Vânia acabou se apaixonando durante o tempo em que está presa e justamente por um outro detento e eles decidiram oficializar a união. A Justiça recebeu a solicitação e autorizou o casal a ir até um cartório, acompanhados de militares, claro.
Agentes do presídio feminino levaram a noiva até o cartório, mas ela não usou o tradicional vestido branco, apenas o uniforme prisional.
O noivo de 31 anos, Luiz Fernando dos Santos, foi escoltado por militares e a imprensa não conseguiu autorização para fazer a cobertura do casamento no cartório.
Luiz e Vânia trocaram alianças, deram o tradicional beijo e a união estável foi confirmada. Assim que o casamento no cartório terminou, nada de lua de mel ou comemoração, ambos foram levados de volta para suas celas, sendo que ela está na unidade prisional e Luiz no batalhão. O presídio feminino informou que agora, para que eles possam se ver e ter momentos íntimos, será preciso ter uma autorização judicial.
Como tudo começou
Vânia conheceu Luiz no presídio feminino, ele foi ao local porque lá é que funciona o sistema de instalação de tornozeleira eletrônica.
Ele estava realizando a manutenção da tornozeleira, quando viu a detenta e logo se interessou por ela. Não demorou muito para que Luiz enviasse uma carta para um programa de rádio e ofereceu uma música a Vânia.
Ela ouviu, gostou e decidiu fazer o mesmo, também escreveu uma carta para a rádio e ofereceu uma música a Luiz, retribuindo a gentileza.
Ele voltou a enviar uma nova carta para a rádio, ela fez o mesmo e depois começaram a trocar cartas entre eles. Amigos e familiares ficaram encarregados de levar as cartas de um para o outro.
No final de 2018 eles ficaram noivos e a Justiça autorizou um encontro entre eles no presídio feminino, esta foi a primeira vez que eles conversaram pessoalmente.
Ela foi condenada a 8 anos e 4 meses em regime fechado. Os advogados de defesa até chegaram a pedir progressão para o regime semiaberto, só que a solicitação foi negada em primeira instância e depois em segunda.
A direção do presídio feminino informou que a detenta tem bom comportamento e além de trabalhar também estuda, tudo na unidade prisional. Em breve ela deverá começar um tratamento psicológico que será pago pela família.