Moacir Zanella, homem acusado de ter ateado fogo e matado a ex-namorada, morreu na noite de sexta-feira (1º) no Hospital Irmãos Penteado, em Campinas, no interior de São Paulo. Ele teve 82% do corpo queimado após atear fogo e matar a ex-companheira, na última quarta-feira, em frente a loja que ela era proprietária. O homem de 51 anos não aceitava o fim do relacionamento com a vítima, de acordo com informação passada pela Polícia militar.

A vítima, a comerciante Nice Vieira, de 53 anos, que também teve o corpo queimado, chegou a ser socorrida e internada no Hospital de Clínicas da Unicamp, mas morreu horas depois.

O caso foi registrado na segunda Delegacia de Defesa da Mulher como feminicídio.

O crime

O crime aconteceu por volta das 14h30, no estabelecimento comercial de propriedade de Nice, no Parque Vista Alegre. Ele entrou no local, fechou a porta e jogou combustível em cima da mulher e em si mesmo. De acordo com informações passadas pelo Corpo de Bombeiros, um adolescente de 16 anos que tentou ajudar a vítima também sofreu queimaduras.

Um vídeo, com trechos do socorro prestado à vítima, mostra o homem acusado dizendo que era para deixar a mulher queimar. Uma vizinha relatou que havia ouvido os dois discutirem durante a manhã.

Uma funcionária da loja relatou aos policiais que estava almoçando quando ouviu uma discussão.

Ela chegou a pensar que se tratava de um assalto e ao ir até o local, se deparou com Moacir jogando combustível na ex-companheira. Ela ainda entrou em luta corporal com ele, na tentativa de salvar a patroa, mas foi tirada à força de dentro da loja. Uma vizinha afirmou ter visto fogo sair por debaixo da porta do estabelecimento.

Registrou boletim de ocorrência

Daniel Romualdo da Silva, filho de Nice, descreveu como era o relacionamento do acusado com sua mãe. De acordo com ele, Moacir era um homem muito machista e que “gostava de mulheres submissas às vontades dele” e que não gostava de ser contrariado.

O casal se conhecia há cinco anos, tendo se relacionado nos três últimos.

Eles chegaram a viver na mesma casa por seis meses e o relacionamento chegou ao fim no mês passado, rompimento que Moacir não aceitava.

O filho conta ainda que acompanhou sua mãe para registrar boletim de ocorrência após ela sofrer ameaças e diz que o crime foi premeditado. “Foi premeditado. Ele estava sondando minha mãe há dias”, disse. “Ele ameaçou dar tiros no rosto dela, falou que ia se matar”, falou.