Até o final da manhã desta quinta-feira (28), 106 pessoas haviam sido presas em diversos Estados do Brasil e no Distrito Federal, em uma operação da Polícia Federal, batizada de Operação Luz na Infância, cujo objetivo era o combate a crimes de exploração e abuso sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet. O alvo da investigação são compartilhamento, armazenamento, além da produção de pornografia infantil.

A operação está sendo realizada em 133 municípios dos 26 estados, além do Distrito Federal e conta com a participação de mais de 1500 policiais.

Apesar de não haver mandados de prisão, as detenções estão ocorrendo em flagrante por suspeita de compartilhamento e armazenamento do material em residências onde são efetuadas as buscas.

Após a análise de 237 mil arquivos, o que corresponde a 710 GB de dados, o conteúdo foi repassado para a Polícia Civil, que após a instauração de inquéritos, solicitaram à Justiça os trabalhos de busca.

São Paulo é o Estado onde se concentram o maior número de buscas, com 87 mandados no total. Já no Rio de Janeiro, outros 12 mandados estavam sendo cumpridos em várias partes do Estado.

O coordenador do Laboratório de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas, Alessandro Barreto, explica que os pais orientam seus filhos a não conversarem com estranhos nas ruas, mas se esquecem de dar essa orientação para seus filhos on-line.

“Os abusadores encontram na internet, um terreno fácil, através de redes sociais, de sites, para cooptar as crianças e cometer crimes”, disse.

Mais de 400 pessoas presas nas três primeiras etapas

A Operação Luz na Infância já teve outras três etapas, tendo um total de 405 pessoas detidas acusadas de envolvimento com pedofilia.

A primeira etapa foi deflagrada em 20 de outubro de 2017, quando policiais cumpriram 157 mandados de busca e apreensão de computadores e arquivos digitais e deteve 108 pessoas. A etapa seguinte foi realizada em 17 de maio do ano passado e foi a que levou mais pessoas para a cadeia. Ao todo foram efetuadas 251 prisões e cumpridos 579 mandados de busca e apreensão.

Ainda no ano passado, em 22 de novembro, a operação cruzou a fronteira, também efetuando buscas na Argentina. Foram executados 110 mandados e feitas 46 prisões.

Quem armazena pornografia infantil pode pegar de 1 a 4 anos de prisão. A pena para quem compartilha o material varia entre 3 e 6 anos de prisão. Já quem produz esse tipo de material pode passar entre 4 e 8 anos na cadeia.