Uma matéria divulgada pelo jornal O Globo no último domingo (14) relata a visita feita pelo grupo autodenominado "youtubers de direita" a Jair Bolsonaro.

No último dia 4, o presidente, mesmo em meio a uma série de reuniões com parlamentares e ministros, encontrou espaço em sua agenda para receber o grupo no Palácio do Planalto.

O grupo divulgou o encontro com o presidente nas redes sociais, as mesmas nas quais, segundo o jornal, os influenciadores digitais costumam espalhar fake news e também defender intervenção militar no Brasil.

O grupo aproveitou a oportunidade para participar, em Brasília, de manifestações defendendo o Governo e a operação Lava Jato.

Os youtubers divulgaram no dia 30 que a viagem foi financiada por uma campanha de financiamento coletivo, que arrecadou R$ 54 mil, porém, gastou apenas R$ 33 mil.

Gilberto Gil x Sergio Moro

Alberto Silva é o youtuber mais popular do grupo e o responsável por diversos canais acusados, segundo O Globo, de propagarem notícias falsas.

Em 2017, o cantor Gilberto Gil conseguiu na Justiça do Rio de Janeiro uma liminar que determinava que um dos sites de Alberto Silva, Pensa Brasil, retirasse uma publicação em que o cantor baiano teria ofendido o ex-juiz Sergio Moro. A notícia dizia que Gil teria chamado Moro de "juizinho fajuto", mas Gilberto Gil nunca disse isso.

Entre seus canais no YouTube, está o Giro de Notícias (GDN), que tem mais de 800 mil inscritos.

No último dia 7, o GDN publicou vídeo que informava que o ex-deputado Jean Wyllis poderia ter sua prisão decretada. O Globo afirma que o youtuber se negou a conversar com o jornal sobre o assunto.

Porém, em 2017, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Silva afirmou que o público que lê a matéria é que tem que saber se a informação é verdadeira ou falsa.

Adilson Dini é o dono do canal Ravox Brasil. Ele cita em um vídeo o artigo 142 da Constituição Federal, que, segundo a interpretação do youtuber, permitiria que os militares destituíssem os Poderes. Dini também não quis dar entrevista.

Na mesma linha dos dois youtubers já citados está Bruno Jansen. Este conseguiu fazer relação entre o atentado sofrido pelo então candidato à presidência Jair Bolsonaro com os vazamentos das conversas de integrantes da Operação Lava-Jato.

Os youtubers Renato Barros e Fernando Lisboa não destoam dos outros do grupo. Tanto Barros, quanto Lisboa, segundo O Globo, disseminaram o conteúdo falso contido no perfil do Twitter Pavão Misterioso. Esta conta criou uma teria conspiratória envolvendo Jean Wyllis, o deputado David Miranda e o jornalista Glenn Greenwald.

O Globo perguntou se ao receber estes youtubers o presidente não estaria apoiando este tipo de prática. O Planalto não quis comentar.