Um homem de 37 anos foi preso em Salvador, na Bahia, na tarde desta segunda-feira (22), após denúncias de que estaria usando irregularmente um dinheiro que era para tratamento do filho, que possui uma doença rara. O suspeito é morador de Conselheiro Lafaiete, que fica a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Matheus foi procurado após pessoas denunciarem ele à Polícia de Conselheiro Lafaiete, acusando-o de ter dado um golpe milionário e de estar usando os cerca de R$ 1 milhão arrecadados através de doações para seu filho para seu próprio proveito, sendo apontado como estelionatário.
Ele foi preso na Bahia e encaminhado para Minas Gerais para que a investigação possa ter continuidade na cidade em que mora.
Entenda o caso
O homem é pai de um menino chamado João Miguel, que foi diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME). Essa doença é rara e seu tratamento é feito à base de medicamentos muito caros. Conhecidos e parentes da criança moveram uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar um medicamento --cada dose custa até R$ 370 mil. A criança precisava de seis doses para o tratamento, quase R$ 2 milhões.
Como o SUS (Sistema Único de Saúde) não oferece o medicamento, e a família não tinha condições de comprar, Matheus criou uma vaquinha online para arrecadar o dinheiro.
A página "AME João Miguel" tem mais de 8 mil curtidas no Facebook e o pai da criança, que é o dono e administrador da mesma, descreveu que precisavam de ajuda, pois a doença é rara, além de ser genética e degenerativa.
Com a campanha feita na internet, a família conseguiu arrecadar cerca de R$ 1 milhão, mas ao invés de usar o dinheiro para tratar a criança, que realmente possui a doença rara, o homem teria viajado para Salvador e estaria usando o valor de forma indevida na capital baiana.
Toda a investigação policial começou a cerca de uma semana, quando receberam a denúncia de que o pai da criança teria viajado e fugido com o dinheiro que foi doado para o bebê. Até a Polícia Civil da cidade mineira, se engajou para arrecadar dinheiro para o tratamento da criança.
A corporação mineira organizou uma corrida corrida solidária onde todo o valor arrecadado com as inscrições seriam repassados para a criança.
Como a cidade toda estava comprometida em ajudar o menino, mais de 500 pessoas se inscreveram para a atividade e assim recolherem um valor para a compra dos remédios.
O caso continua sendo investigado pela polícia de Conselheiro Lafaiete e caso seja confirmado o uso indevido do dinheiro recebido através de doações na internet para proveito próprio o homem poderá ser condenado por estelionato.