Um homem indiciado sob suspeita de ter matado Cadu, o assassino do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni, foi morto a tiros nesta segunda-feira (22), no Jardim Cristal, em Aparecida de Goiânia. O crime foi assistido pelo filho adolescente da vítima.
Segundo informações do portal G1, Nilson Ferreira de Almeida, de 51 anos, foi indiciado em 2016 sob suspeita de ter matado Cadu dentro da prisão. O crime ocorreu em Goiás, durante um banho de sol dos detentos.
Em entrevista ao portal, o delegado do caso, Álvaro Bueno, contou que Nilson estava no regime semiaberto e, na manhã desta segunda, enquanto caminhava com o filho, um homem chegou e atirou.
A Polícia ainda investiga a identidade do atirador e a motivação do crime. Até o momento, ninguém foi preso.
A morte de Glauco e Raoni
Na noite de 12 de março de 2010, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, conhecido como Cadu, invadiu a casa do cartunista Glauco Vilas Boas e atirou contra ele e o filho, Raoni. Na ocasião, os dois chegaram a ser socorridos com vida, mas morreram no hospital.
De acordo com uma matéria do portal UOL, divulgada na época, Cadu não teria agido sozinho. "A casa de Glauco foi invadida por dois homens armados, que tentaram levar pertences da família e o próprio cartunista. Ao tentar persuadir um dos bandidos, Glauco foi alvejado com quatro tiros à queima roupa", contou o veículo.
Na ocasião, o filho do cartunista, que tinha 25 anos, chegava da faculdade quando se deparou com os criminosos. Ele tentou reagir, mas também foi morto.
Segundo a revista Veja, Cadu era esquizofrênico e frequentava uma igreja da doutrina Santo Daime, fundada e mantida por Glauco e a família. Antes do duplo homicídio, o estudante de psicologia já havia sido indiciado por outros crimes.
"Cadu havia sido preso devido a dois latrocínios na cidade de Goiânia e em 2015 foi condenado a 61 anos de prisão pelos crimes de receptação, roubo seguido de morte e porte ilegal de arma", conta o veículo.
Antes que o caso completasse uma semana, Cadu foi detido por policiais, enquanto empreendia fuga, na fronteira com o Paraguai.
Com ele foi encontrada a mesma arma utilizada para matar pai e filho. Já na delegacia, o estudante confessou o crime.
De acordo com o jornal O Globo, o outro suspeito que agiu na noite dos assassinatos foi Felipe de Oliveira Iasi. O jovem, além de levar Cadu à casa de Glauco, também o ajudou na fuga do crime. Dias após o comparsa, ele também foi indiciado.
A morte de Cadu
Cadu foi morto por um detento, dentro do presídio em que estava recluso, em Aparecida de Goiânia. O assassinato foi em abril de 2014, dois anos após Cadu ter deixado uma clínica psiquiátrica, na qual era mantido desde 2010, quando confessou o duplo homicídio.
Suspeito do assassinato, Nilson Ferreira de Almeida teria cometido o crime após ouvir boatos de que Cadu pretendia matá-lo.
Na ocasião, a Secretaria de Serviços Sociais da Administração Pública de Goiânia chegou a emitir uma nota citando a arma utilizada para cometer o assassinato: "de acordo com a SSAP-GO, o interno suspeito de matar Cadu se apresentou à direção do Núcleo de Custódia. Disse ter usado uma arma artesanal para se defender durante uma briga que, segundo o suposto autor, teria sido iniciada pela vítima".
Cadu levou 23 golpes e morreu antes que fosse socorrido. A maioria dos ferimentos foi localizada no tórax e no pescoço do detento.