O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pediu mais informações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta investigação do jornalista Glenn Greenwald. O procedimento do presidente do Supremo foi realizado por causa de uma ação apresentada pelo partido Rede Sustabilidade para ter o efeito de anular qualquer procedimento de investigação contra o jornalista. O prazo é de até cinco dias para que Moro e a PF respondam essa informação.

Glenn Gleenwald é um jornalista norte-americano que é um dos fundadores do site The Intercept Brasil e nos últimos tempos vem divulgando umas séries de reportagens no site sobre troca de mensagens entre Moro, que na época era juiz da 13ª Vara Federal, e os procuradores da Lava Jato.

Segundo informações do site O Antagonista, a Polícia Federal, que é comandada por Moro, pediu para que o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) entregasse um relatório de todas as atividades financeiras do jornalista Greenwald. Até o momento, nem Moro, nem Coaf ou o Ministério da Economia –à qual o Coaf é subordinado– confirmaram a veracidade do pedido.

O ministro Gilmar Mendes é o relator da ação do partido Rede, porém, a Suprema Corte está em recessão e só volta em agosto. Por causa disso, o presidente do Supremo deve tomar esse tipo de decisão urgente durante o recesso. Logo após receber essas explicações de Moro e a PF, Toffoli vai querer também que a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradora-Geral da República (PGR) façam uma manifestação a respeito, em três dias.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, e também o presidente do Coaf, Jorge Luiz Alves Caetano, negaram que tenham pedido qualquer investigação contra o jornalista.

Moro opina no Twitter

Segundo informações do site O Globo, o ministro Moro interrompeu uma viagem com a família para fazer uma crítica às mensagens divulgadas. Em sua conta no Twitter, disse que os jornalistas deveriam fazer uma reflexão para não se desmoralizarem.

O ex-magistrado não reconhece a veracidade do material que está sendo publicado no site The Intercept Brasil e outros sites que também usam esse material.

Moro afirmou que defende a liberdade de imprensa e é um grande defensor da causa, por outro lado, essa “campanha” contra a Operação Lava Jato "está beirando o ridículo”. O ministro disse para continuarem, porém, há de convir fazer uma reflexão para que no futuro não sejam desmoralizados.

Ele escreveu ainda que se houver alguma coisa realmente séria, que seja publicada.

Desde o mês de junho, o site The Intercept Brasil fez uma série de publicações, mostrando supostas mensagens entre Moro e os procuradores da Lava Jato. Segundo críticos, essas mensagens extraídas do aplicativo Telegram faziam a revelação de uma suposta parcialidade de Moro em processos que julgou.