Um homem de 32 anos, suspeito de violentar a própria prima, de apenas cinco anos de idade, entregou-se à Polícia nesta quinta-feira (19). Evangelista da Silva se apresentou na Delegacia de Defesa da Mulher, em Cubatão (SP), após ser formalmente denunciado.
O crime sexual aconteceu em maio passado e a mãe da garota descobriu apenas alguns dias depois. A comerciante, que preferiu não revelar seu nome, chegou a entrar em contato com o suspeito por aplicativo de troca de mensagens. Na ocasião ele chegou a oferecer um terreno para a mãe da vítima para que não fosse denunciado.
"Que ele pague como tiver que pagar pelo que fez", disse a mãe da garota, que afirmou que enquanto o suspeito estava livre o caso era um assunto mal resolvido. Ela disse ainda que sua filha sempre perguntava se o homem havia sido preso. "Hoje ela está feliz, quero falar sobre o que aconteceu com ela", disse ao G1.
Após passar por audiência de custódia, Evangelista, que até então estava preso na Delegacia de Defesa da Mulher, foi transferido para um presídio. O caso segue sendo investigado sob sigilo pela Polícia Civil.
Relembre o caso
Em maio passado, a comerciante de 27 anos saiu para pagar algumas contas e deixou a filha no quintal brincando, acompanhada pelo primo, fato que era rotineiro. Ao voltar ela percebeu que a porta e a janela da casa, que estavam abertas quando ela saiu, estavam fechadas.
Ela encontrou ainda a filha enrolada em um lençol.
Nos dias que se sucederam aos fatos, a comerciante notou que a filha passou a ter um comportamento estranho, como não querer mais usar roupas femininas e também cortar o cabelo. Ela chegou a dizer ainda que não queria mais ser mulher e que isso era muito ruim. A menina também chegou a dizer que estava cansada dessa vida e que queria ir morar no céu.
No dia 31 daquele mês, a mãe então notou um sangramento nas partes íntimas da menina, que então revelou o que tinha acontecido com o primo. A criança contou ainda que o suspeito a obrigou a tirar as roupas, ela ainda tentou se proteger se enrolando em um lençol, mas isso não evitou que ela fosse vítima de abuso. A vítima também relatou que sofria ameaças de morte para não revelar o que aconteceu.
Por meio de aplicativo WhatsApp, a mulher questionou o primo a respeito dos fatos. Ele chegou a negar o crime e disse que iria junto com ela na delegacia para esclarecer a situação. Mas, ao invés disso, disse que havia viajado para Minas Gerais a trabalho e desapareceu.
Posteriormente, em nova conversa pelo aplicativo, ele ofereceu um terreno em troca da retirada da queixa na delegacia e ainda chegou a ameaçá-la. "Ele me ofereceu casa, terreno, até me ameaçou”, disse na época. “Eu nunca pensei que ele fosse capaz de fazer isso, era como um irmão”, desabafou.