Faleceu nesta quinta-feira (17), na cidade de Belo Horizonte, o menino João Miguel, de 2 anos. A criança era moradora da cidade de Conselheiro Lafaiete, que fica a aproximadamente 100 km da capital mineira, e lutava contra uma doença rara.
João Miguel era portador de uma doença degenerativa grave, a atrofia muscular espinhal (AME). A enfermidade atinge a coluna vertebral e provoca a perda do controle e da força muscular no paciente, podendo incapacitá-lo de se movimentar, engolir e até respirar.
O caso do menino João Miguel foi noticiado no Brasil inteiro depois que seu pai, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, foi preso suspeito de desviar aproximadamente R$ 600 mil do tratamento da criança.
O dinheiro havia sido arrecadado através de uma vaquinha online para comprar medicamentos para o menino.
O menino completou 2 anos no dia 7 de outubro. O último post na página criada no Instagram para divulgar a campanha para arrecadar dinheiro mostra a mãe do menino agradecendo pelas mensagens de parabéns que o filho recebeu.
João Miguel tomou a primeira dose do medicamento alvo da campanha online no dia 30 de agosto. A dose do medicamento, que custa em torno de R$ 341 mil, teve seu custo pago pelo governo e foi conseguida após a família entrar com uma liminar na Justiça.
Entenda o caso
A família de João Miguel conseguiu arrecadar quase R$ 1 milhão para fazer o tratamento da criança contra a atrofia muscular espinhal, mas a campanha foi suspensa e o dinheiro bloqueado após a família entrar com a liminar pedindo que o governo bancasse o medicamento para a criança.
O pai da criança foi preso na cidade de Salvador, na Bahia, no dia 22 de julho, após ser denunciado pela mãe de João Miguel. O homem foi preso após ser denunciado de que ele havia viajado a passeio e que estava gastando, para uso próprio, o dinheiro que havia sido arrecadado para ajudar no tratamento do menino.
Uma reportagem do "Fantástico", da Rede Globo, mostrou que havia a suspeita de que Mateus estaria envolvido em um esquema de agenciamento de garotas de programa.
Gravações telefônicas divulgadas levantaram essa suspeita. A matéria mostrou o homem ostentando uma vida de luxo na Bahia.
O Ministério Público denunciou Mateus por estelionato, apropriação e desvio de valores de pessoa portadora de deficiência, por abandono material e falsa comunicação de crime. De acordo com a denúncia, ele teria desviado em torno de R$ 600 mil do valor arrecadado para o tratamento do filho. O pai do menino continua preso em Minas Gerais, aguardando o julgamento da Justiça pelos supostos crimes cometidos.