Três índios que pertencem aos “Guardiões da Floresta” foram retirados da Terra Indígena Araribóia, sob proteção policial. Eles agora deverão ir para endereços que serão sigilosos. Esta medida foi determinada pelo fator de risco que os índios sofrem em função das ameaças contra suas vidas por madeireiros que exploram o território das etnias Guajajara, Kaapor e Awa-Guajá, localizadas no Maranhão.

Foi informado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), que foram incluídos no Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH) quatro índios que pertencem aos “Guardiões da Floresta”.

Ataque deixa mortes e ferido

Entre os índios que foram incluídos no programa estão Paulo Paulino Guajajara, que foi assassinado na última sexta-feira (1). Paulo Paulino acabou sendo morto devido a uma emboscada. Ainda morreu no confronto o madeireiro Márcio Greyjkue Moreira Pereira. Na embosca foi ferido Laércio Guajajara, que sobreviveu. Além de Paulo Paulino, estão também no programa Olímpio Guajajara e Auro Guajajara.

Andreia Barbosa, que é supervisora de Atenção às Vítimas e Pessoas Ameaçadas, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, informou que o programa tem outras características que o diferem de outros, que têm como objetivo a proteção de pessoas ameaçadas.

No caso deste programa, eles têm como objetivo dar maior visibilidade para estas pessoas e para as causas que elas defendem, e, com isso, abrir possibilidades para que elas possam ter mais acesso a ferramentas que possibilitem ajudar a mostrar a importância que o trabalho que estão desenvolvendo tem.

O programa estadual até o momento conta com 61 pessoas incluídas. Entre as pessoas que estão incluídas no programa, 25 delas são índios de várias etnias. A secretaria informou que este programa funciona contando com a colaboração de convênio de órgãos federais.

Os três índios que foram retirados das terras indígenas indicadas com escolta policial agora serão levados para um local sigiloso.

Até o momento, Olímpio ainda permanece na reserva. Assim como Lércio e Auro, ele também vai sair do local acompanhado de seus familiares, e vai contar com a proteção policial para isso.

Depois disso, ele irá seguir para uma nova rotina. Eles só irão retornar para casa após serem retiradas as ameaças de morte que estão sofrendo no momento, devido às disputas com os madeireiros.

Este conflito entre os índios e os madeireiros acontece na Terra Indígena Araribóia, localizada na região de Bom Jesus das Selvas. O local se encontra entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo. Paulo Paulino, que morreu durante o confronto com os madeireiros também era conhecido na região como “Lobo Mau”. A morte de Paulo Paulino foi motivo de protesto que aconteceu na última segunda-feira (4) em frente a Câmara Municipal de Imperatriz, localizada cerca de 629 quilômetros de São Luís.