O assassinato de um motorista de aplicativo, de 24 anos, ocorrido no início do mês, na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, foi encomendada a mando de um traficante, que está preso. É o que concluiu as investigações da Polícia Civil após a detenção de dois suspeitos na semana passada.
O corpo de Hiago Evangelista Freitas, que também era estudante de odontologia, foi encontrado carbonizado na tarde da última sexta-feira (8), em uma estrada que liga o bairro de São Sebastião à cidade de Barra do Choça. Ele havia desaparecido na quarta-feira (6), após sair para fazer uma corrida.
O adesivo da empresa para a qual ele trabalhava foi retirado do veículo e deixado junto ao cadáver.
Morto a mando de traficante
De acordo com informações passadas pelo delegado Marcus Vinicius, responsável pelo caso, dois rapazes, Alexandre Cruz Brito, de 21 anos, e Rodrigo Porto Oliveira Silva, de 22, que foram presos no sábado (9), mudaram a versão do crime.
Na versão inicial, a dupla disse que o motorista foi morto por causa de dívida com traficantes. Eles teriam pegado o celular da própria vítima, trocado o chip e mandando uma mensagem para a família da vítima e assinado com o nome de um integrante de uma facção rival.
No entanto, as autoridades concluíram que isso era apenas uma forma de atrapalhar as investigações e encobrir o real motivo do assassinato.
"Percebemos logo no início que isso poderia ser uma forma de atrapalhar nossas investigações", disse o delegado.
Em depoimento, os suspeitos confessaram que cometeram o homicídio a mando de um traficante que está preso em um conjunto prisional. Segundo eles, o motorista teria tentado um envolvimento amoroso com a mulher do detento, que ao ficar sabendo teria ordenado a execução de Hiago.
Como foi o crime
Dias antes do crime, um dos suspeitos localizou Hiago por meio das redes sociais e passou a fazer amizade com ele com o intuito de saber mais sobre sua vida pessoal e de sua rotina. Eles então combinaram uma corrida por meio de troca de mensagens.
Durante o trajeto, a dupla, usando um simulacro de arma de fogo, imobilizou o motorista e o levou para o local da execução.
Lá ele foi morto a facadas e depois teve o corpo incendiado. O carro da vítima foi achado no bairro Alto Maron, também em Vitória da Conquista.
A Polícia chegou até os suspeitos com a ajuda de um cão farejador, que conduziu os policiais até um local próximo da casa de Rodrigo, onde foram encontrados objetos da vítima como cartões de banco, documento, o telefone celular e as chaves do veículo, além da arma falsa usada na ação.
A dupla foi autuada em flagrante por latrocínio e ocultação de cadáver, além de também responderem por tráfico de drogas, adulteração de sinal identificador e posse ilegal de munição.