O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (2) que, "se for o caso", conversará pessoalmente com Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, sobre as tarifas de importação do aço e do alumínio brasileiros. De acordo com Bolsonaro, as medidas anunciadas por Trump não fazem parte de uma retaliação ao Brasil.
Também na manhã dessa segunda-feira, Donald Trump usou as suas redes sociais para dizer que a desvalorização da moeda brasileira, assim como da moeda argentina, se tornam prejudiciais para os agricultores estadunidenses. Devido a isso, Trump optará por restauras as tarifas de importação ligadas ao alumínio e ao aço dos países citados.
Na última sexta-feira (29), o dólar passou por uma alta de 0,57%. A valorização da moeda dos Estados Unidos fechou o mês de novembro com valorização de 5,73% e totaliza 9,43% de valorização anual quando comparada com o real.
Nesse sentido, de acordo com Trump, o Federal Reserve (banco central norte-americano) deverá agir dessa forma para fazer com que os países não tirem vantagem da força da moeda dos Estados Unidos e acabem causando ainda mais desvalorização das suas próprias. Para o presidente estadunidense, isso faz com que os fabricantes do seu país, assim como os agricultores, não consigam realizar a exportação dos seus produtos de uma maneira que possa ser considerada justa.
Bolsonaro questionado
Ao deixar o Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro foi questionado sobre as falas de Donald Trump. Nesse sentido, o presidente da República afirmou que ainda conversará com o ministro Paulo Guedes a respeito disso e pontuou que possui comunicação direta com o estadunidense, que poderá ser usada em caso de necessidade.
Também nessa ocasião, os jornalistas presentes no local perguntaram a Bolsonaro se seria possível reverter as medidas adotadas por Donald Trump, e o presidente não quis se manifestar.
No diálogo com os jornalistas, ele continuou insistindo que conversaria com Paulo Guedes antes de fornecer uma resposta, de modo que não precisasse voltar atrás futuramente.
Posteriormente, o presidente concedeu uma entrevista à rádio Itatiaia, já no Palácio do Planalto, e afirmou que esse anúncio por parte do presidente dos Estados Unidos funciona como “munição para os seus opositores”. Na sequência, o presidente da República afirmou que não percebe a atitude de Trump como uma retaliação.
Entretanto, Bolsonaro garantiu que falará pessoalmente com o norte-americano caso isso seja necessário. Na ocasião, ele ainda destacou que a economia dos Estados Unidos não pode ser comparada com a do Brasil, e que é “maior do que a nossa” e assegurou que conversará com Donald Trump para que o país não seja prejudicado pela sobretaxa.