O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás divulgou informações sobre o caso do Médium João de Deus, que foi acusado de abusos cometidos contra mulheres que o procuravam para realizar consultas espirituais. O homem foi condenado a 40 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de abuso cometido contra cinco mulheres ocorridos durante atendimento espiritual que o médium realizava às mesmas. Os crimes teriam ocorrido na Casa Dom Inácio de Loyola, que fica localizada na cidade de Abadiânia, em Goiás.

João Teixeira de Faria, que ficou nacionalmente conhecido como João de Deus, teve sua sentença proferida pela juíza Rosângela Rodrigues dos Santos.

Essa não é a primeira condenação do líder espiritual, João de Deus já teve outros dois julgamentos e sua pena já chega a 63 anos e 4 meses de reclusão. O médium recebeu a condenação de 19 anos e quatro meses, também em regime fechado, pelos crimes de violação sexual, mediante fraude, cometido contra duas mulheres e por ter cometido o crime de abuso de vulnerável, cometido contra outras duas mulheres. Além dessas condenações, o guia espiritual foi condenado em novembro de 2019, pelo porte ilegal de armas, sendo condenado a 4 anos, sendo esse em regime semiaberto.

Relembre o caso de denúncias contra João de Deus

O médium João de Deus era muito conhecido pelas suas práticas espirituais e pessoas do Brasil inteiro, inclusive muitos famosos viajavam para a cidade de Abadiânia, em Goiás, para serem atendidas pelo guia espiritual.

Ele foi preso no dia 16 de dezembro de 2018, depois que surgiram denúncias de mulheres dizendo que haviam sido abusadas pelo mesmo durante atendimentos realizados em sua casa espírita.

Desde que começaram a vir à tona os primeiros casos de crimes cometidos pelo guia, o Ministério Público de Goiás já recebeu a média de 320 denúncias de mulheres que teriam sido vítimas de João de Deus.

O homem já recebeu denúncia do Ministério Público do Estado por 14 vezes, sendo que 12 desses crimes foram crimes sexuais.

Das denúncias do Ministério Público contra João de Deus, 10 foram de crime sexual e duas já foram julgadas com condenação, as outras aguardam que cartas precatórias enviadas sejam devolvidas. Um dos casos que envolve crime sexual e falsidade ideológica, está em posição de aguardamento de sentença.

Em outra situação, que envolve o crime sexual, além de corrupção e coação de testemunha, está na situação de esperar a devolução da carta precatória.

João de Deus também foi julgado pelo porte ilegal de arma de fogo e munição, e sua esposa, Ana Keyla Teixeira, também era ré no processo, mas foi absolvida durante o julgamento. Um dos processos que ainda está em andamento é por apreensão de documentos, armas de fogo e munição.