Foi encontrado morto [VIDEO] na manhã desta segunda-feira (3), em uma clínica psiquiátrica, na Zona Sul de São Paulo, o procurador da Fazenda Matheus Carneiro Assunção. Ele estava internado desde outubro do ano passado, quando esfaqueou a juíza Louise Figueiras, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O corpo do procurador foi descoberto por volta das 8 horas, quando um auxiliar de enfermagem, que cuida do café da manhã dos pacientes, o chamou por várias vezes em seu quarto e não teve resposta. Ele tentou entrar no local, mas a porta estava bloqueada.

Somente após pedir ajuda a outros colegas é que ele conseguiu entrar no local, pois a porta estava bloqueada com uma poltrona.

O quarto onde o corpo foi encontrado foi isolado para a realização do trabalho de perícia e o caso foi registrado no 11º Distrito Policial como sendo morte suspeita. Não foi informado como ele teria morrido.

Juíza foi ferida no pescoço

No dia 3 de outubro de 2019, Assunção chegou ao prédio do Tribunal Federal da 3ª Região, na Avenida Paulista, para participar de um evento. Para ter acesso ao local, ele apresentou sua carteira funcional.

O evento se encerrou por volta das 18 horas, e ele, ao invés de ir embora, usou as escadas do prédio e conseguiu entrar em diversos gabinetes de desembargadores.

Um desses gabinetes que ele entrou era o de Paulo Fontes, que estava de férias. No momento em que ele entrou quem estava lá era a juíza federal Louise Filgueiras, que tinha sido convocada para cobrir as férias do desembargador.

Com uma faca, Assunção fez vários ataques contra a juíza, que conseguiu se desvencilhar da maioria dos golpes, mas acabou sendo atingida no pescoço, o que lhe provocou um corte superficial.

Ela foi atendida pelos médicos do Tribunal.

O agressor foi contido por um servidor e a Polícia Federal foi chamada. Testemunhas relataram que o procurador estava visivelmente transtornado e que gritava que queria acabar com a corrupção.

A prisão e transferências

Após ser preso em flagrante, Assunção foi encaminhado para a sede da Polícia Federal na Lapa, na Zona Oeste da cidade.

Dois dias depois, a prisão preventiva que havia sido decretada foi trocada por uma internação provisória no Hospital das Clínicas, em São Paulo.

No final daquele mês e apresentando laudos médicos, os advogados de defesa do procurador alegaram que seu cliente estava com “grave perturbação mental”. A justiça Federal então determinou que ele fosse transferido para a penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 em Tremembé, onde ficou até novembro passado, quando foi novamente transferido, desta vez para uma clínica psiquiátrica, na capital paulista.