A médica Mariana Scardua foi exonerada nesta sexta-feira (3) do cargo de subsecretária de Gestão da Atenção Integral da Saúde do Rio de Janeiro [VIDEO] pelo governador Wilson Witzel (PSC). Além dela, o advogado Luiz Octávio Mendonça, chefe de gabinete, também foi exonerado. A demissão ocorrem em meio à pandemia do coronavírus.

A pasta que Mariana comandava era responsável pela gestão de unidades de saúde do estado, protocolo sobre manejo de medicamentos e regulação de leitos. Edmar Santos, secretário de saúde, foi quem decidiu para saúda dos dois, o que foi aceito pelo governador fluminense.

Ainda não foi definido quem preencherá os lugares vagos e também não foi emitida nenhuma declaração oficial por parte do governo a cerca das demissões.

Antes de participar do governo de Witzel, Mariana foi por dois anos especialista de medicina da família na Prefeitura do Rio de Janeiro durante o mandato de Eduardo Paes (DEM) e havia sido convidada por Edmar Santos para trabalhar na secretaria estadual.

Divergências com Gabriell Neves

Tanto a medica quanto o advogado participavam da gestão de Witzel desde seu início, mas vinham tendo divergências com Gabriell Neves, novo subsecretário-executivo da pasta. Ele foi nomeado em fevereiro passado e passou a ser o responsável pelo processo de contratações emergenciais para combater a pandemia do coronavírus.

Uma semana após assumir a subsecretaria, Neves tirou de Mariana o poder de realização de gestão orçamentária e financeira, que passaram a ser concentradas nele mesmo.

Ele comandou a seleção relâmpago das organizações sociais cujos contratos estão estimados em 90 milhões de reais pelos próximos seis meses. Essas OSs irão administrar os hospitais estaduais Zilda Arns, em Volta Redonda, e o Anchieta, na capital.

Uma concorrente da licitação o questionou sobre restrição a competição.

Ele também cuidou da contratação de mil leitos de UTIs particulares a um custo estimado de 500 milhões, porém apenas 91 leitos foram ofertados ao estado.

Antes de assumir o posto de subsecretário-executivo Neves teve parte de seus bens bloqueados pelo TJ do Rio de Janeiro.

Ele é acusado de ter dado um golpe de quase 300 mil reais em uma idosa em 2019. Na época, ela havia ganhado uma indenização de 291 mil reais após uma ação contra uma concessionária. Neves era seu advogado na ação, que durou 12 anos, e teria se apropriado da importância. Ele não comentou a decisão da Justiça.

Casos no Rio de Janeiro

No último balanço divulgado pela Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (4), o estado do Rio de Janeiro tinha 1.074 casos positivos de coronavírus e 47 mortes confirmadas. Outras 49 mortes ainda aguardam resultados para saber se também foram causadas pela Covid-19.