Por causa da epidemia do coronavírus, prefeituras e serviços funerários tem adotados algumas normas e seguranças com relação a realização de velórios e enterros, como por exemplo eles durarem no máximo uma horas e apenas dez pessoas por vez dentro da sala. Mas, outra recomendação para que o caixão esteja fechado e lacrado durante o velório causou uma grande confusão nesta quinta-feira (2), em Iperó, região metropolitana de Sorocaba, no interior de São Paulo.

A confusão aconteceu durante o velório do aposentado José Ferreira, de 82 anos, que havia morrido na quarta-feira (1º), após ficar internando em um hospital de Boituva desde o dia de março.

Durante todo o período de internação ele ficou em isolamento, mas a atestado de óbito apontou como provável causa da morte insuficiência respiratória a apurar com exame Swab/Orofaringe, além de doença de Parkinson.

Certidão de óbito não apontou Covid-19

Como o documento não apontava que a causa da morte havia sido por Covid-19, os familiares, contrariando orientação da Secretaria de Saúde, decidiram abrir o caixão para seguir com o velório, que durou cerca de duas horas, mas respeitando o limite máximo de dez pessoas por vez na sala.

Um médico do hospital também havia confirmado para os familiares que a morte não havia sido causada pelo coronavírus. O fato de a família ter aberto o caixão por conta própria acabou gerando tumulto no velório.

Uma das filhas do aposentado disse que durante todo o período de internação eles não puderam chegar perto do idoso, por era dito que havia o risco de contaminação. No entanto, com falaram que o risco estava afastado, eles decidiram vê-lo pela última vez. “Estávamos com saudades dele e quisemos fazer a homenagem", disse Érica de Campos Ferreira.

Aguarda resultado

O teste para detectar se o idoso estava ou não infectado pelo coronavírus ainda não teve o resultado divulgado, o que deve acontecer nesta sexta-feira (3). Ele segue pendente no Instituto Adolfo Luiz, em, São Paulo.

Vanderlei Polizeli, prefeito de Iperó, publicou um vídeo nas redes sociais onde, ao lado do secretário de saúde Eli Teles diz que a morte do idoso é uma das duas consideradas suspeitas na cidade e que ainda aguarda confirmação.

O prefeito lamentou a morte do aposentado e reforçou o pedido para que todos fiquem em casa.

Por meio de uma nota, a prefeitura informou que a família do aposentado desobedeceu as orientações e que todo o recinto onde houve o velório passou por um processo de higienização antes de receber o velório que seria realizado na sequência.

A Secretaria de Saúde, por sua vez, informou que dependendo do resultado do exame do idoso, todos que estiveram em seu velório e tiveram contato com o corpo poderão ser colocados em quarentena.

A reportagem do G1 tentou contato com o Hospital São Lutz, onde o aposentado ficou internado, mas foi informado que apenas a assistente social poderia falar sobre o caso, mas ela já tinha encerrado seu expediente.