Foi identificado pela Polícia Civil do estado de Minas Gerais nesta quinta-feira (2) o responsável pelo vídeo realizado na Ceasa, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, que veiculava informações inverídicas sobre desabastecimento de alimentos causado pela pandemia do novo coronavírus. A gravação também exalta o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por tentar fazer com que a atividade econômica volte ao seu funcionamento normal.
De acordo com informações da Polícia Civil mineira, o autor do vídeo tem 48 anos e trabalha como autônomo.
O nome do homem não foi divulgado pela polícia. A corporação informou que não está marcada ainda a data para que ele seja ouvido, porém o prazo para sua apresentação terminará na próxima segunda-feira (6).
Alarme falso
O homem que fez o vídeo poderá ser indiciado por alarme falso ou anunciar perigo inexistente, uma contravenção que tem pena prevista de prisão de quinze dias e a seis meses. O presidente Jair Messias Bolsonaro chegou a republicar o vídeo em suas redes sociais.
Globocop
Depois da postagem do presidente, o helicóptero da Rede Globo sobrevoou o local na quarta-feira (1) e comprovou ser falsa a informação. Havia muita movimentação de caminhões e clientes no local. A assessoria de imprensa da Ceasa se manifestou sobre o assunto e disse que não faltam produtos.
A filmagem foi apagada e Bolsonaro desculpou-se por ter divulgado o vídeo. A Ceasa está funcionando normalmente.
As investigações da polícia informam que o vídeo foi gravado no Mercado Livre do Produtor (MLP), o local ficou conhecido na Ceasa como Pedra, os produtores negociam suas mercadorias neste ambiente. A gravação foi realizada no dia 31 de março em um momento que não havia nenhuma movimentação.
Ainda de acordo com informações da polícia, o homem procurou fazer uma tomada para tentar simular que não havia fluxo de comércio no momento da filmagem. As investigações usaram vídeos e fotos do momento em que a gravação foi realizada. A polícia informou que o movimento começa naquele local por volta das 2h30min e vai até o fim da manhã.
O delegado Saulo Castro se pronunciou sobre o caso e disse que, devido à gravidade do fato, ele está sendo tratado como de alta prioridade por causa da repercussão nacional que a imagem ganhou. Ainda não foi possível afirmar nas investigações da polícia que o autor do vídeo está ligado a algum partido político, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais.
Outro delegado que participa do inquérito é Rodrigo Bustamante, que afirmou que será apurado se houve a intenção de provocar aumento de preços ou ainda provocar uma instabilidade política e, caso isto se comprove, será apresentado no final das investigações.